Se acreditarmos nas reportagens na qual lemos, a tecnologia está tendo um grande impacto em nosso comportamento social, e de fato podemos estar caminhando para um grande problema no futuro. Algumas pesquisas têm mostrado que nossos cérebros são maleáveis, mas como os dados ainda não avançaram consideravelmente, não mostra um entendimento profundo de como a tecnologia tem afetado nosso comportamento. Todo o conteúdo que as empresas de tecnologia nos mostra pode influenciar nossa percepção, e no geral influenciar nosso comportamento social.
Avanços tecnológicos e transformações sociais
Os avanços da tecnologia nas últimas décadas transformou a sociedade, seu impacto entre nós, como indivíduos, não é tão claro. Temos algumas histórias com a tecnologia, antes da chegada dos smartphones na maioria das vezes apenas usávamos para atender chamadas ou olhar mensagens de texto SMS quando era enviado, poucas vezes tínhamos alguns “aplicativos” neles ou alguns joguinhos para passar o tempo, depois que foram surgindo o iPhone e os primeiros smartphones tudo começou a mudar. Recebemos chamadas, mensagens, e começamos a instalar todos os tipos de aplicativos, jogos e muito mais. Qualquer notificação do celular, mesmo em uma conversa formal, estamos prontos para pegar o celular. Se antigamente apenas olhávamos o celular para atender ligações, hoje vivemos com eles, e são partes de nós. E alguns nunca conheceram a vida sem ele.
A geração da internet dos anos 90 é a nascida em meados dos anos 80 ou 90, que viveram em princípio com a internet no computador, ela não conheceu a internet através do celular. E muitos ainda tinham que entrar em lan houses para poder utilizá-la, fazer pesquisar ou até mesmo conversar em bate-papo. Com os avanços da tecnologia, computadores passaram a acompanhar todos nós, e a evolução foi constante, e muitas vezes foram sendo substituídos pelos laptops ou notebooks e por fim os celulares modernos, chamados de smartphones. Quase não existe mais necessidade de usar o computador para as tarefas antigas, o celular de hoje é um mini computador e faz todas as tarefas que antigamente poderia ser feita apenas por computadores e eles fazem até mais que os antigos computadores. E podemos observar que em diferentes contextos que a tecnologia foi moldando o comportamento. A tecnologia hoje se tornou fundamental para tudo que se acontece, você pede comidas, faz compras, olha os mapas da sua rua, tudo isso através de seu celular.
Existem muitas acusações de que as redes sociais ou a tecnologia em geral nos dá uma certa dependências e causa prejuízos a nossa saúde mental. De fato, ao ver o impacto devastador que as redes sociais, por exemplo, criar bullying, preconceito, e outros problemas na saúde mental dos jovens, é difícil ver de outra forma. Dentro das redes sociais podem ter diferentes tipos de comportamento destrutivo, preconceituosos que podem ser devastadores para alguns. Todo o tipo de mídia, imagens, mensagens podem influenciar sua percepção e causar algum desconforto. E isso podendo refletir em vários aspectos mentais. Alguns cientistas argumentam que os dispositivos celulares promovem o isolamento social, enquanto podemos ter amigos online, isso prejudica nossos relacionamentos na realidade – pense em crianças, pais e parceiros usando seus telefones durante o jantar em vez de interagir uns com os outros.
Mas é claro, a tecnologia também tem impactos positivos nos comportamentos. O uso de celulares e da internet pode ajudar na organização de muitas tarefas do dia a dia, ajudar a gerenciar horários de exercícios e muito mais. Existem também aplicativos de celular que podem ajudar a ter melhores noites de sono e por ironia até evitar o uso constante de celulares. As redes sociais, bem filtrada, podem evitar os muitos conteúdos preconceituosos e devastadores. Outro fato importante é que as redes sociais podem também manter contato com familiares que estão longe, ou diminuir um pouco a sensação de solidão caso se sinta. Ela também possibilita projetos de estudo facilmente - apesar dos diferentes problemas em organizar melhor os estudos, ela teve um importante papel durante a pandemia.
A literatura acadêmica reconhece que tem falhas. Os estudos em ambientes experimentais ainda não tem estudos consistentes. É extremamente difícil descobrir se o uso das redes sociais causa, digamos, narcisismo ou se simplesmente as pessoas já são narcisistas e propensas a usar as redes sociais. Isso porque, hoje em dia, é muito difícil encontrar pessoas que nunca estiveram online – o que poderia ajudar muito nas pesquisas. Há uma literatura tímida e emergente que mostra como a realidade virtual pode mudar, até mesmo, comportamentos racistas.
Considerações finais
Nossos cérebros são maleáveis, e a tecnologia progrediu a tal ponto que não sabemos realmente se ou como está nos mudando. Existem impactos positivos e negativos no comportamento, mas o campo é complexo e pouco pesquisado. É esperado que surjam mais pesquisas nessa importante área. Nossa sociedade em geral está sendo moldada por meio da tecnologia, a pesquisa nessa área se torna parte fundamental para sabermos que caminhos podem nos levar e os impactos que a tecnologia está construindo.
Nos últimos anos a neurociência cognitiva surgiu como uma das disciplinas mais fascinantes e revolucionárias dentro das ciências. Ela combina a psicologia cognitiva e a neurociência para entender de como o cérebro processa informações e gera comportamentos complexos. Essa interação entre esses campos permitiu uma compreensão mais profunda dos mecanismos subjacentes em nossas capacidades mentais, desde a percepção, raciocínio, emoções, atenção e até a memória e de como essas funções são alteradas em condições psicológicas ou até mesmo biológicas. Este artigo vou procurar abordar de forma ampla a visão da neurociência cognitiva.
A jornada da neurociência cognitiva começou dentro da psicologia, já nas décadas de 1950 e 1960. E isso trouxe um foco renovado para entender os processos mentais como uma entidade que pode ser estudada cientificamente. No entanto, a verdadeira integração entre psicologia cognitiva e neurociência só ocorreu nas décadas seguintes com o advento da ressonância magnética funcional (fmRI) e a tomografia por emissão de pósitrons(PET). Ambas as ferramentas permitiram que os cientistas observassem a atividade cerebral em tempo real e entendesse de como os processos mentais se correlacionavam com diferentes regiões cerebrais distintas.
Um dos campos mais pesquisados dentro da neurociência cognitiva é o estudo da memória. Entender de como as memórias são formadas, processadas, armazenadas e recuperadas no cérebro tem uma grande importância para entender de como o cérebro pode formar os processos cognitivos, e isso contribuir para área de medicina e educação, em geral. As áreas do cérebro como os circuitos e certas regiões pode fazer nos entender de como doenças degenerativas como o Alzheimer ou Parkinson podem afetar o cérebro, e dá um grande caminho para desenvolvimento de novas terapias.
A neurociência também tem buscado um entendimento sobre a atenção e a percepção. A maneira como nosso cérebro pode filtrar e processar informações sensoriais para poder construir uma identidade do mundo ao redor é muito pesquisada. Muitos estudos têm demonstrado que diferentes tipos de atenção, como a atenção seletiva e a atenção dividida, que acionam partes distintas do cérebro. E isso reflete muito em uma compreensão de transtornos de atenção como TDAH, por exemplo, podendo criar intervenções terapêuticas eficazes.
A parte do cérebro, responsável pela tomada de decisão, raciocínio e emoções, é muito importante para entender como cada indivíduo pode se comportar em determinadas situações. Em estudos têm demonstrado que o córtex pré-frontal, córtex cingulado e amígdala desempenha um papel central nos processos racionais e emocionais e influenciando escolhas do indivíduo. Essas investigações contribuem muito para o entendimento teórico de como o comportamento podem surgir e contribuindo para contextos clínicos e educacionais.
Outro ponto importante na investigação da neurociência e contribui para o entendimento da cognição é a plasticidade cerebral, ela se refere a capacidade do cérebro de reorganizar em resposta a aprendizagem. Essa característica tem revelado de como cérebro se adapta e muda diante do desenvolvimento na infância ou também em lesões que possa sofrer. E muitos estudos têm buscado entender como a reabilitação cognitiva e a estimulação neural, podem promover a recuperação de funções em casos de lesões cerebrais e doenças neurodegenerativas.
A investigação sobre a neurociência da consciência é, talvez, uma das áreas mais enigmáticas e controversas. O estudo de como a consciência emerge e se cria em cada indivíduo envolve grandes questões tanto científicas como filosóficas. Nas abordagens recentes de pesquisa, é utilizado técnicas de imagem cerebral para explorar e correlacionar tanto as partes do cérebro como a que se acredita "consciência", identificando padrões de atividade que correspondem a estados conscientes. Esse campo de estudo tem se demonstrado promissor para entender de como podem funcionar estados alterados de consciência.
No geral a neurociência cognitiva está na vanguarda das pesquisas de ciências, é ela que tenta desvendar os "mistérios da mente" Suas descobertas tem ampliado nossa compreensão tanto sobre as diferentes sensações que o ser humano vivencia. O cérebro é uma ferramenta bem desenvolvida e muito importante para o ser humano, e de maneira como exploramos e entendemos de cada processo abrimos grandes portas para tratamento de doenças, na melhoria da educação e muito mais. E esse futuro que a neurociência cognitiva está se abrindo pode nos oferecer um grande conhecimento dos mistérios do ser humano.
As diferentes possibilidades em que cada um se encontra é algo bem interessante de analisar. Existem muitas necessidades e hábitos que desenvolvemos ao longo de nossa vida e algumas delas podem nos dar satisfação ou até receios. Por exemplo, você acorda e toma seu café para obter energia durante o dia, seu cérebro fica saciado com a cafeína e te proporciona estímulos para enfrentar o dia. Quando o efeito acaba, você sente vontade de tomar mais uma xícara. Em outro caso, durante a noite, em uma comemoração, surge o desejo de beber álcool e para comemorar esta sua vontade você toma um pouco e a satisfação que te proporciona é muito boa. E isso com o tempo podendo se tornar um hábito, tanto o café como bebidas alcoólicas.
Avanços recentes na neurociência têm proporcionado uma compreensão mais profunda das mudanças neurobiológicas que ocorrem em nosso cérebro assim que criamos dependências ou até mesmo vícios. Estudos têm revelado que a transição entre hábitos para a dependência envolve alterações em circuitos cerebrais específicos, como os gânglios da base cerebral, a amígdala estendida e o córtex pré-frontal. Essas descobertas têm demonstrado serem muito importantes para dar clareza de como o cérebro se comporta diante de vícios e também para desenvolver estratégias e tratamento e particularmente em populações vulneráveis, como adolescentes e jovens adultos. Vamos entender como surgem alguns vícios e os processos neurobiológicos que ocorrem no cérebro.
Os processos
A dependência de substâncias envolve profundas mudanças neurobiológicas que transformam o uso recreativo em compulsão. Estudos indicam que a transição para a dependência pode ser explicada através de estágios: intoxicação, abstinência e preocupação. Em cada estágio o cérebro vai se desenvolvendo e criando algumas conexões e a dependência vai refletindo no indivíduo.
Durante o processo de intoxicação, o uso da substância ativa o sistema de recompensa do cérebro, aumentando a liberação de dopamina e criando uma sensação de euforia. Com o uso repetido, ocorre uma adaptação que leva ao aumento do incentivo para continuar usando, tornando a substância extremamente desejada. O indivíduo começa a buscar a substância constantemente, refletindo adaptações nos circuitos cerebrais dos gânglios da base e do núcleo accumbens, que controlam os comportamentos de recompensa e motivação. Em muitos casos quando ocorre a adaptação o indivíduo vai buscando doses cada vez mais altas para se saciar.
Durante a abstinência, o indivíduo enfrenta uma diminuição na recompensa cerebral e um aumento nos sinais de estresse, contribuindo para sentimentos de disforia e desconforto. Este efeito pode ocorrer com várias substâncias, como café, tabaco e medicamentos. Esta fase é caracterizada por adaptações no sistema da amígdala, onde neurotransmissores relacionados ao estresse são liberados. A ativação prolongada desse sistema pode levar ao desenvolvimento de estados emocionais negativos, e reforçando a busca pela substância para aliviar a tensão. A diminuição dos circuitos de recompensa durante a abstinência pode aumentar a sensibilidade ao estresse, criando um ciclo vicioso de busca compulsiva pela substância.
No estágio de preocupação, o usuário experimenta uma preocupação constante com a obtenção e uso da substância, comprometendo sua capacidade de tomar decisões racionais. Ele fica preocupado em buscar a substância e que não falte para sentir seus efeitos e evitar a tensão que o corpo e o cérebro possam criar novamente. As adaptações neurobiológicas nesta fase envolvem principalmente o córtex pré-frontal, que é a parte para funções como controle de impulsos e tomada de decisões. A exposição constante a estas substâncias pode levar a uma diminuição na atividade do córtex pré-frontal, resultando em controle cognitivo reduzido. Ou seja, o indivíduo não consegue e não tem a capacidade de controle sobre as decisões e a disfunção contribui para decisões impulsivas e a incapacidade de resistir aos desejos pela substância, mesmo diante de consequências negativas.
O mecanismo de reforço negativo é central para a manutenção da dependência de substâncias. Esse processo envolve o alívio de estímulos aversivos, como os intensos sintomas de abstinência, que aumentam a busca pela substância. Durante a abstinência, o indivíduo enfrenta sintomas desagradáveis, incluindo ansiedade e desconforto físico, devido à diminuição da atividade nos circuitos de recompensa e ao aumento da ativação dos sistemas de estresse. A necessidade de evitar esses estados emocionais negativos torna-se um motivador poderoso para o uso contínuo da substância, se no início ele buscava a substância para ter prazer, atualmente ele passa a buscar a substância para evitar a dor da abstinência.
Os avanços na pesquisa sobre dependência têm demonstrado novas abordagens interessantes para entender e tratar essas condições complexas. As técnicas de imagem cerebral, como a ressonância magnética funcional (fMRI), têm revelado como diferentes áreas do cérebro se comunicam durante o uso de substâncias e a abstinência. Essas técnicas permitem observar com uma maior precisão as mudanças na atividade cerebral, oferecendo um entendimento sobre como os circuitos cerebrais envolvidos na dependência se comportam. Outras abordagens como a ontogenéticas e a quimiogenéticas têm permitido a manipulação da atividade neuronal de maneira precisa e identificando os papéis de cada circuito cerebral na regulação dos comportamentos dos indivíduos que sofrem de vícios e abstinência. E essas descobertas podem desenvolver algumas terapias muito eficazes para controlar os vícios e também ajudar a reduzir as recaídas.
Os marcadores neuronais também podem revelar predisposições individuais em dependências e o contribuir em tratamentos seja eles farmacológicos como medicamentos que possam gerenciar neurotransmissores específicos para o estresse durante a abstinência. E claro, a terapias comportamentais se tornam fundamentais com essas combinações farmacológicas para poder ter uma melhor eficácia no tratamento. Muitas outras estratégias podem ser usadas também em cada indivíduo para completar o tratamento.
Considerações finais
A neurobiologia tem avançado consideravelmente na identificação de cada parte do cérebro responsável pelo vício e abstinência, e nas mudanças neurobiológicas que neles ocorrem e também oferecendo uma base para estratégias de tratamento. Com os avanços da tecnologia os tratamentos estão cada dia mais melhores e isso tem se refletido em pacientes atualmente, mas ainda existem muitos desafios para serem enfrentados tanto por parte dos profissionais da área de saúde como para indivíduos que sofrem por vícios. Na política pública de saúde é muito importante não deixar uma epidemia de vícios tomar conta de um país isso pode se tornar um grande problema social para o país.
Os hábitos fazem parte do nosso cotidiano, temos hábitos que às vezes podem ser viciantes, e nosso cérebro sempre nos lembra desses hábitos, e muitas vezes é sempre bom entender como o cérebro funciona diante desses sutis vícios que temos.
Eu sou uma pessoa que está em volta da tecnologia, gosto de entender como uma nova tecnologia surge, e dentro da biologia eu tenho certos interesses, mas não tanto como a tecnologia, meu interesse é mais voltado a neurobiologia. “Como surgem os processos no cérebro?”, “Como será que o cérebro reage a determinada situação?”, “Como funciona cada região do cérebro?”, são perguntas que me dão um certo interesse em buscar e entender. Mas a biotecnologia, uma área que mistura biologia com tecnologia para tentar compreender o organismo ou desenvolver técnicas voltadas à biologia é uma área bem interessante, e confesso que dá bastante interesse. A biotecnologia vai desde coisas simples como pão e queijo até técnicas modernas que mexem no DNA, e isso tem evoluído consideravelmente. Existem várias frentes: a médica que cria medicamentos e vacinas; a agrícola que melhora a produção de alimentos e a resistência a pragas; a industrial desenvolve biocombustíveis e plásticos ecológicos; a ambiental limpa poluição usando seres vivos. No dia a dia, ela está presente nos alimentos que todos comemos, nos medicamentos que tomamos e até na maneira como cuidamos de nosso meio ambiente. Apesar dos avanços, ainda há muitos desafios para se enfrentar, como questões éticas e a segurança dos alimentos geneticamente modificados. Vamos abordar um pouco ela.
Visão Geral
A biotecnologia médica é uma área fascinante que transforma a saúde em inovações diversificadas. Ela envolve a produção de medicamentos usando técnicas como a engenharia genética e a cultura de células. Um exemplo bem comum é a insulina, muito importante para diabéticos, que agora é feita de forma muito mais eficiente e segura, e isso graças uma grande pesquisa com bactérias. As vacinas e os anticorpos são outro exemplo que melhoram a prevenção e o tratamento de várias doenças, os vírus vão se modificando e se formando e com uma inovação dentro da biotecnologia criando novos tratamentos e vacinas para os seres humanos tem se mostrado importante. E as terapias avançadas no campo da genética, tem se mostrado muito eficaz em corrigir genes que não são funcionais em células de paciente, e também em estudos de vários tipos de câncer. Mas não é só isso, a área também inclui a engenharia de tecidos, onde podemos criar tecidos e até órgãos em laboratório para transplantes, imagina no futuro não precisar depender de doadores. Em destacar o uso de células-tronco para tratar doenças degenerativas, as células troncos têm a capacidade de se transformar em diferentes tipos de células, podendo substituir peles queimadas ou até mesmo alguns órgãos dando um tratamento eficaz e no futuro podendo tratar vários tipos de câncer. Os métodos de diagnóstico também estão evoluindo, como, por exemplo, detectar com mais precisão doenças hereditárias e personalizar um tratamento, com uma abordagem bem mais prática.
Uma das outras áreas que a biotecnologia tem sido bem destacada é nas indústrias. A maneira como é fabricado produtos tem melhorado cada vez mais, um exemplo é a utilização de microrganismo e enzimas na produção de biocombustíveis, plásticos biodegradáveis e outros materiais de forma mais sustentável. Isso é, em vez de depender de combustíveis fósseis ou derivados do petróleo, podemos produzir etanol e biodiesel a partir de plantas e algas, não só ajuda a reduzir a poluição mas também aproveita recursos renováveis. As enzimas e a utilização de plantas como eucalipto podem ser usadas na fabricação de detergentes ou desinfectantes, o que é menos prejudicial ao meio ambiente em alguns casos. A produção de alimentos também pode se beneficiar, como a utilização de enzimas na fabricação de queijos, pães e outras delícias que você encontra no supermercado. Com o avanço da tecnologia elas permitem processos bem mais rápidos e com melhor qualidade. Outro exemplo é na fabricação de fibras têxteis mais duráveis e confortáveis, essas fibras podem ajudar muito a melhorar a questão sustentável de nosso planeta.
Nos mares também a biotecnologia está sendo bem aplicada onde se busca entender como os oceanos e os organismos que nele habitam interagem. Um exemplo de pesquisa é as proteínas de alguns peixes que vivem em águas geladas que podem ser usadas para criar plantas resistentes ao frio, e isso contribui muito para dar soluções de plantio em lugares em que o frio é muito extremo e as possibilidades de plantio sejam bem limitadas. Os organismos marinhos têm sido fonte de compostos com propriedades medicinais também, como novos medicamentos anticancerígenos e anti-inflamatórios, até a bioluminescência de certas espécies marinhas é aproveitada para criar bioindicadores que ajudam em pesquisas científicas e diagnósticos médicos. E essas pesquisas das vidas marinhas relacionadas à medicina têm se mostrado um importante papel, e ela não vai parar por aí. Outra prática é a aquacultura, a qual é o cultivo de organismos aquáticos em condições controladas, é uma parte fundamental dessa área. Ela permite uma pesquisa na produção de alimentos ricos em nutrientes aquáticos, e são essenciais para a dieta humana. Um importante produto é o colágeno marinho, obtido de peixes e outros organismos, têm aplicações na indústria de cosméticos e farmacêutica, e pode ser usado também na área médica.
Questões éticas
A biotecnologia traz inúmeros avanços, mas também levanta muitos desafios e várias questões éticas significativas debatidas no meio científico. Um dos grandes desafios é a terapia gênica, que promete curar doenças genéticas ao substituir genes defeituosos por genes saudáveis. Existem preocupações sobre a segurança desse tipo de terapia, podendo levar a sérios danos. E também dentro dessa terapia a possibilidade de criar “bebês de design", onde os pais poderiam escolher desde a sexualidade até características específicas de seus filhos, algo altamente controverso. Isso faz levantar um ponto sobre até onde deveríamos interferir na natureza e quais implicações sociais essas práticas teriam no mundo.
Outra grande preocupação ética envolve os alimentos geneticamente modificados. Enquanto esses alimentos têm o potencial de aumentar a produção agrícola e reduzir a necessidade de pesticidas em alguns casos, há um medo generalizado em torno dos impactos na saúde e no meio ambiente. O quanto os alimentos geneticamente modificados poderiam contribuir para a nossa saúde e seus efeitos colaterais? Outro ponto é a tecnologia de "terminador", que faz com que as plantas geneticamente modificadas sejam estéreis, tem sido criticada por forçar os agricultores a comprar novas sementes a cada ano, aumentando a dependência das grandes corporações. Dentro da plantação algumas pragas já estão desenvolvendo resistência a culturas geneticamente modificadas, o que levanta uma corrida para se criar mais pesticidas que podem ser altamente prejudiciais à saúde. A questão dos direitos dos consumidores também é levantada: muitas pessoas acreditam que têm o direito de saber se os alimentos que estão comprando são geneticamente modificados.
Os avanços em biotecnologia também trazem à tona questões sobre desigualdade e acesso. Ela tem um grande potencial de revolucionar a medicina, a agricultura, mas essas inovações muitas vezes são caras e inacessíveis para a população mais pobre. E há um risco real de que as tecnologias de ponta possam ampliar ainda mais a lacuna entre ricos e pobres, tanto dentro de países desenvolvidos como entre nações em geral. O uso de dados genéticos também levanta algumas preocupações sobre privacidade e discriminação, as informações genéticas podem ser mal utilizadas por empresas, seguradoras ou governos, criando um novo tipo de desigualdade e injustiça social.
Considerações finais
A biotecnologia é uma ferramenta poderosa com aplicações em diversas áreas, oferecendo soluções inovadoras tanto no meio social como também no meio sustentável, mas também enfrenta muitos desafios. Ela oferece avanços na criação de novos medicamentos, aumento da produtividade agrícola e nas reduções de impactos ambientais, mas também enfrenta questões éticas de segurança alimentar - que devem ser consideradas - questões sociais - que vêm sendo debatidos no meio científico. É muito importante ficarmos olhando e buscando entender cada um dos impactos que ela pode dar em nossa sociedade.
As emoções são importantes para nossa sobrevivência e adaptação ao ambiente. Desde a antiguidade, nossas reações emocionais têm sido essenciais para enfrentar desafios e perigos e tomar decisões rápidas e fundamentais. E isso foi um processo natural que reflete atualmente. Nesse cenário, a amígdala, uma estrutura no cérebro, se destaca em respostas emocionais. Existem outras partes do cérebro que podem influenciar sentimentos e emoções, mas vamos nos concentrar aqui na amígdala, ela é uma parte do cérebro interessante de se conhecer.
A amígdala é geralmente chamada de centro emocional do cérebro. Localizada na parte onde ficam os lobos temporais, essa estrutura complexa está envolvida em processar e atribuir valor emocional às experiências sensoriais e está sempre ativa, integrando informações e influenciando nossas reações e decisões. Como uma pequena estrutura pode influenciar grandes percepções à nossa volta? Tomamos uma decisão ou temos reações comportamentais, e é a amígdala que dá um impulso para isso.
Estrutura e Função
A amígdala é composta por vários núcleos, cada um com suas funções específicas. A parte lateral, por exemplo, recebe e processa informações sensoriais de diferentes partes do cérebro. Das informações que vai sendo obtida passa por essa região. Essas informações são então enviadas para outras partes, como a basal, que ajuda a formar nossas respostas emocionais e de memória. E é nessa região que vai sendo processado e construído as emoções, desde reações de instinto até decisões elaboradas.
Além das partes laterais basal, a amígdala também possui a parte corticomedial, que inclui as partes central e medial. Essas partes desempenham um papel na regulação das funções automáticas e endócrinas, influenciando respostas físicas, como a aceleração do batimento cardíaco em situações de medo. Quando acontece uma situação em que seu coração começa a acelerar, é de lá que vem a resposta. É uma importante resposta para sobrevivência, em situações de perigo é o nosso corpo se preparando para luta ou fuga diante de ameaças.
A função da amígdala não se limita apenas à resposta ao medo, outro importante processo é de aprendizagem emocional e memória emocional. É através da plasticidade sináptica que a amígdala pode fortalecer ou enfraquecer conexões neuronais com bases em experiências passadas. E isso é ajustado para futuras reações a estímulos similares. Você passa por uma situação e então tem uma resposta, e se cria uma memória de experiência, e em situações futuras o cérebro pode dar a mesma resposta passada totalmente automática. Essa capacidade se torna muito importante, ela permite que possamos aprender com o passado para se preparar para o futuro.
Teorias sobre a Emoção
As emoções sempre entraram em um campo de debates, desde as teorias clássicas até as atuais que tentam explicar a relação entre o corpo e pensamentos e de como surgiram cada sensação que sentimos. É claro que hoje em dia várias teorias do campo da neuropsicologia tem revelado um entendimento sobre como funcionam as diversas reações de nosso comportamento. Vamos conhecer algumas delas.
Teoria de James-Lange: Proposta por William James e Carl Lange, esta teoria sugere que as emoções são o resultado de mudanças fisiológicas no corpo. Por exemplo, sentimos medo porque nosso corpo reage fisicamente a um estímulo ameaçador.
Teoria de Cannon-Bard: Walter Cannon e Philip Bard desafiaram a teoria de James-Lange, argumentando que as emoções e as respostas fisiológicas ocorrem simultaneamente e independentemente. Assim, ao ver um perigo, sentimos medo ao mesmo tempo que nosso corpo reage.
Hipótese do Marcador Somático: O médico e neurologista António Damásio introduziu a hipótese do marcador somático, que propõe que nossas decisões são influenciadas por marcadores somáticos, ou sinais corporais, baseados em emoções passadas, ajudando a prever os resultados de diferentes ações.
Teoria das Emoções Construídas: Lisa Feldman Barrett propôs que as emoções não são universais, mas construídas socialmente. Segundo essa teoria, o cérebro utiliza experiências passadas e contextos sociais para categorizar e interpretar sentimentos, sugerindo que as emoções são moldadas culturalmente.
Considerações finais
Agora você compreendeu um pouco de como é o processamento emocional e a estrutura cerebral que é a amígdala. E isso é um passo de como entender as emoções influenciando a cognição e o comportamento. O artigo é para te fornecer uma visão geral das funções da amígdala, agora busque algumas informações e se aprofunde ainda mais nesta parte neurobiológica.
A Neuropsicologia, a Neurofisiologia e a Neuroanatomia são campos fascinantes, entender como os processos mentais e de como nosso cérebro funciona realmente é muito interessante. Os diferentes neurotransmissores responsáveis por cada função que você possa sentir, influenciando sua capacidade de raciocínio, sua vida social e muito mais. A percepção também pode fazer você interpretar o ambiente, é algo muito importante de entender. É claro que todas as coisas no nosso organismo podem influenciar cada sensação do que sentimos ou de como interpretamos, e pode ser uma motivação para várias ações que podemos ter. Vamos primeiramente nos concentrar nos aspectos do cérebro para entender melhor cada coisa.
Uma Visão Geral
Neuropsicologia, neurofisiologia e neuroanatomia são campos interconectados que, em conjunto, oferecem uma compreensão profunda do cérebro humano e seu impacto no comportamento e nas funções cognitivas. Ambas oferecem um grande entendimento de como o cérebro funciona e como ele se comporta em cada função.
A neuropsicologia busca compreender como a atividade cerebral se traduz em comportamento observável, dividindo-se em neuropsicologia clínica e neuropsicologia experimental. A neuropsicologia clínica foca no estudo de pacientes com lesões cerebrais, correlacionando danos específicos a déficits funcionais. Ela ajuda a entender cada lesão do paciente e orientá-lo em seu tratamento. Já a neuropsicologia experimental investiga indivíduos com cérebros intactos como também com lesão para entender as bases neurais das funções cognitivas através de técnicas laboratoriais. Vários experimentos da neuropsicologia experimental têm revelado mais sobre como o cérebro funciona, contribuindo significativamente sobre as funções do cérebro.
A neurofisiologia explora o funcionamento e a comunicação das células nervosas. Os neurônios, unidades básicas do sistema nervoso, transmitem sinais elétricos e químicos. A comunicação entre os neurônios ocorre através de estruturas chamadas sinapses. Nessas regiões, os neurônios liberam substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores, que se ligam a receptores específicos nas células-alvo. Esse processo permite a transmissão de informações de um neurônio para outro. O processo de comunicação neuronal é fundamental para todas as atividades do organismo, desde a percepção sensorial, a cognição e a tomada de decisões, até o controle dos movimentos e das funções fisiológicas. Compreender esse mecanismo é essencial para o estudo do funcionamento do sistema nervoso e para o desenvolvimento de tratamentos para distúrbios neurológicos.
A neuroanatomia é o estudo da estrutura do sistema nervoso, abrangendo desde a organização macroscópica até a estrutura microscópica. O cérebro é composto por vários componentes, incluindo o córtex cerebral, o cerebelo e o tronco encefálico que são muito importantes. Cada um desses componentes desempenha funções específicas e interage com outros para permitir a execução de funções cognitivas, motoras e sensoriais fundamentais para o indivíduo. A neuroanatomia também investiga as vias neurais que conectam diferentes regiões do cérebro e a circulação sanguínea que fornece oxigênio e nutrientes às células cerebrais. Esses elementos são essenciais para a saúde cerebral e a execução de suas funções.
A integração entre neuropsicologia, neurofisiologia e neuroanatomia é muito importante para entender o cérebro e seus aspectos comportamentais. Enquanto a neuropsicologia oferece um entendimento sobre como lesões cerebrais afetam o comportamento, a neurofisiologia explica os mecanismos de comunicação celular, e a neuroanatomia fornece o mapa estrutural do cérebro. Juntas, permitem uma compreensão abrangente do cérebro humano.
Neurofisiologia Básica
Entender a neurofisiologia é fundamental para qualquer um que deseje compreender o funcionamento do cérebro. Vamos abordar para termos um conhecimento.
Sistema Nervoso
O sistema nervoso é dividido em duas partes principais: o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). Essas divisões são fundamentais para entender como o sistema nervoso processa e transmite informações. O SNC é composto pelo cérebro e pela medula espinhal. Essas estruturas são responsáveis por processar e interpretar informações sensoriais e enviar comandos motores. O SNC é a parte mais complexa do sistema nervoso e é responsável por funções como a percepção, a cognição, a emoção e a motricidade.
O SNP conecta o SNC ao resto do corpo, transmitindo sinais sensoriais e motores. Ele é composto por nervos que saem do SNC e se espalham pelo corpo, permitindo a comunicação entre o SNC e as diferentes partes do organismo. O SNP é responsável por transmitir informações sensoriais, como dor, temperatura e pressão, desde as extremidades do corpo até o SNC. Ele também transmite comandos motores desde o SNC até os músculos e ossos, permitindo a execução de movimentos e ações.
Estrutura e Função dos Neurônios
Os neurônios são as unidades funcionais do sistema nervoso, responsáveis por transmitir e processar informações. Cada neurônio é composto por três principais estruturas: o corpo celular, os dendritos e o axônio. Os dendritos são estruturas que recebem sinais de outros neurônios. Esses sinais são transmitidos por meio de sinapses, onde neurotransmissores são liberados e se ligam a receptores específicos nos dendritos. Já o axônio é a estrutura que transmite os sinais recebidos dos dendritos para outros neurônios ou células efetoras. Ele é responsável por conduzir os impulsos nervosos ao longo do sistema nervoso.
A mielinização é um processo que envolve a deposição de uma substância lipídica chamada mielina em torno do axônio. Essa substância é produzida por células gliais, como os oligodendrócitos e as células de Schwann. A mielinização é muito importante para a condução rápida e eficiente dos impulsos nervosos. É ela que permite que os impulsos nervosos sejam transmitidos com rapidez e eficiência, pois a mielina ajuda a isolar o axônio e a reduzir a resistência elétrica. Isso permite que os impulsos nervosos sejam conduzidos a uma velocidade mais rápida e precisa, permitindo que o sistema nervoso execute suas funções com eficácia.
A Comunicação Neuronal e a Neurotransmissão
A comunicação entre neurônios é um processo complexo que ocorre através de sinapses, onde neurotransmissores são liberados e se ligam a receptores específicos na célula pós-sináptica. Esse processo é fundamental para a transmissão de informações no sistema nervoso. O potencial de ação é uma mudança rápida no potencial elétrico da membrana do neurônio que propaga o sinal ao longo do axônio. Ele é responsável por transmitir o sinal de um neurônio para outro.
A neurotransmissão é um processo que envolve várias etapas Ela ocorre em três etapas que que são Liberação: Os neurotransmissores são liberados pela terminação do axônio em uma sinapse; Ligação: Os neurotransmissores se ligam a receptores específicos na membrana da célula pós-sináptica; Remoção: Os neurotransmissores são removidos da sinapse, permitindo que o processo seja repetido.
A neurotransmissão é essencial para a comunicação neuronal e para a transmissão de informações no sistema nervoso. Ela permite que os neurônios se comuniquem entre si e que as informações sejam processadas e armazenadas.
Tipos de Neurônios e Células Gliais
O sistema nervoso é composto por diferentes tipos de neurônios e células gliais, cada um desempenhando funções específicas no processamento e transmissão de informações. Os neurônios axonais: Responsáveis por transmitir informações sensoriais, como toque, temperatura e dor, do corpo para o sistema nervoso central; Os neurônios motores: Transmitem comandos do sistema nervoso central para os músculos, permitindo a execução de movimentos. Os interneurônios: Localizam-se no sistema nervoso central e são responsáveis por processar e integrar informações entre os neurônios sensoriais e motores.
Células Gliais
As células gliais desempenham papéis muito importantes no suporte e manutenção do ambiente neuronal. Vejamos alguns tipos de células gliais. Os astrócitos: Fornecem suporte metabólico e estrutural aos neurônios; Os oligodendrócitos e células de Schwann: Responsáveis pela mielinização dos axônios, aumentando a velocidade de condução dos impulsos nervosos; As células microgliais: Atuam na defesa imunológica do sistema nervoso central, removendo células danificadas e agentes patogênicos. Cada tipo de célula desempenha um papel específico para a percepção, cognição, movimento e manutenção da saúde do sistema nervoso.
O Potencial de Ação e a Comunicação Neuronal
O potencial de ação é um fenômeno fundamental na comunicação neuronal, ocorrendo quando um neurônio é suficientemente estimulado. Isso resulta na abertura de canais de sódio e a subsequente entrada de íons de sódio na célula, despolarizando a membrana e gerando um impulso elétrico.
O potencial de ação é formado pela abertura de canais de sódio. A estimulação do neurônio abre canais de sódio na membrana, permitindo a entrada de íons de sódio. A entrada de íons de sódio despolariza a membrana, gerando um impulso elétrico. O impulso elétrico se propaga ao longo do axônio, permitindo a transmissão de informações.
Liberação de Neurotransmissores
Na terminação axonal, o impulso elétrico provoca a liberação de neurotransmissores na sinapse. Esses neurotransmissores se ligam a receptores específicos na célula pós-sináptica, continuando o ciclo de comunicação neuronal.
Ciclo de Comunicação Neuronal
Assim que o neurônio é estimulado e gerando o potencial de ação, a abertura dos canais de sódio permite a entrada de íons de sódio gerando a despolarização da membrana. Logo em seguindo o impulso elétrico se propaga ao longo do axônio, a terminação axonal libera neurotransmissores na sinapse. Os neurotransmissores se ligam a receptores específicos na célula pós-sináptica, e continua o ciclo de comunicação neuronal, permitindo a transmissão de informações entre os neurônios.
Neuroanatomia básica
Agora que temos uma visão de como a Neurofisiologia funciona vamos partir para a Neuroanatomia. Este campo de estudo envolve a análise das diversas estruturas do sistema nervoso e suas funções, e compreender todo o fascinante processo no corpo humano é muito importante.
A Neuroanatomia pode parecer um desafio devido à terminologia complexa e às múltiplas línguas que influenciam seus termos. No entanto, familiarizar-se com os termos anatômicos é o primeiro passo para entender a organização e a função do cérebro. Você pode buscar na internet a definição dos termos abordados aqui, livros também são sempre importante para serem consultados. Existem muitas aulas de neuroanatomia e anatomia da internet e podem te dar clareza de como funciona a terminologia. Alguns termos como posicionais são usados para descrever a localização das estruturas no cérebro. Por exemplo, "dorsal" refere-se à parte superior, enquanto "ventral" se refere à parte inferior. "Lateral" significa para o lado, e "medial" indica direção à linha média. Esses termos ajudam a mapear a posição das estruturas e entender suas relações espaciais do corpo de forma geral. Os termos serão usados quando for necessário.
Desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC)
O desenvolvimento do sistema nervoso central (SNC) começa cedo na vida embrionária, com a formação do tubo neural, uma estrutura oca que eventualmente dará origem ao cérebro e à medula espinhal. À medida que o embrião cresce, o tubo neural se alonga, dobra e engrossa, suas paredes formadas por células neuroepiteliais que se diferenciam em neurônios e células gliais. As células gliais, chamadas espongioblastos, e os neurônios, conhecidos como neuroblastos, emergem dessas células precursoras. O tubo neural contém um canal cheio de líquido cefalorraquidiano (LCR), que desempenha funções no SNC. Durante o desenvolvimento, a extremidade do tubo neural forma quatro protuberâncias que se transformarão nos ventrículos do cérebro, espaços cheios de LCR que desempenham papéis vitais na proteção e nutrição do cérebro. A cabeça do embrião se desenvolve no cérebro, enquanto o restante do tubo se endireita e forma a medula espinhal.
À medida que o desenvolvimento avança, o cérebro se divide em regiões específicas: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. O prosencéfalo se subdivide em telencéfalo e diencéfalo, onde o telencéfalo inclui o córtex cerebral, a parte mais desenvolvida do SNC responsável por funções cognitivas superiores. O diencéfalo se torna o tálamo e o hipotálamo, estruturas essenciais para a coordenação sensorial e a regulação autonômica, respectivamente. O mesencéfalo permanece uma estrutura relativamente pequena, mas essencial, enquanto o rombencéfalo se divide em metencéfalo e mielencéfalo, formando o cerebelo, ponte e medula oblonga. Essas estruturas colaboram para a coordenação motora e funções vitais básicas. Com o tempo, a diferenciação celular, a formação de sinapses e a mielinização promovem a funcionalidade eficiente do sistema nervoso, estabelecendo as bases para todas as atividades neurais e comportamentais que ocorrerão ao longo da vida.
Medula Espinhal
A medula espinhal é uma estrutura cilíndrica longa e delicada que se estende do tronco encefálico até a região lombar da coluna vertebral. Protegida pelas vértebras, a medula espinhal atua como uma via para a transmissão de sinais nervosos entre o cérebro e o corpo. Além de transmitir informações sensoriais e motoras, ela também é responsável por reflexos rápidos que não necessitam da mediação do cérebro. Estes reflexos espinhais são para reações rápidas e automáticas, como retirar a mão de um objeto quente.
Dentro da medula espinhal, os neurônios motores situam-se no corno ventral, enquanto os neurônios sensoriais residem no corno dorsal. As fibras nervosas, tanto ascendentes quanto descendentes, organizam-se em tratos que transportam impulsos nervosos para e do cérebro. A organização segmentar da medula espinhal reflete-se nos nervos espinhais que emergem de cada segmento, inervando regiões específicas do corpo. Este arranjo preciso permite uma coordenação eficiente entre estímulos sensoriais recebidos e respostas motoras enviadas, garantindo a funcionalidade e a integridade do sistema nervoso periférico.
Tronco Encefálico
O tronco encefálico, composto pela medula oblonga, ponte e mesencéfalo, é uma estrutura situada na base do cérebro. Ele serve como um ponto de passagem para todas as fibras nervosas que conectam o cérebro à medula espinhal. A medula oblonga regula funções automáticas essenciais, como respiração, ritmo cardíaco e pressão arterial. A ponte, localizada entre a medula oblonga e o mesencéfalo, coordena a comunicação entre diferentes partes do cérebro e desempenha um papel no controle da respiração e dos movimentos.
O mesencéfalo, a parte superior do tronco encefálico, é responsável por funções sensoriais e motoras, incluindo o controle dos movimentos oculares e a resposta a estímulos auditivos e visuais. Lesões no tronco encefálico podem ser devastadoras, afetando funções vitais e a coordenação motora. Além de suas funções motoras e sensoriais, o tronco encefálico abriga núcleos importantes para a regulação do estado de alerta e o ciclo sono-vigília, destacando sua importância na manutenção da consciência e da homeostase corporal.
Cerebelo
O cerebelo, localizado na parte posterior do cérebro, abaixo dos hemisférios cerebrais e atrás do tronco encefálico, é uma estrutura fundamental para a coordenação motora e o equilíbrio. Composto por dois hemisférios cerebelares e uma região central chamada vermis, o cerebelo processa informações de diversas partes do cérebro e do sistema nervoso periférico para refinar movimentos voluntários, garantindo precisão e suavidade. Além de sua função motora, o cerebelo também participa na aprendizagem motora e na memória procedural.
Lesões no cerebelo podem resultar em ataxia, uma condição caracterizada por movimentos descoordenados e desequilíbrios. Essa estrutura também desempenha um papel na regulação do tônus muscular e na adaptação motora, ajustando os movimentos em resposta a mudanças no ambiente. Estudos recentes sugerem que o cerebelo pode ter funções além da motricidade, incluindo o processamento cognitivo e emocional, o que amplia nossa compreensão sobre a complexidade e a versatilidade desta importante estrutura do cérebro.
Córtex Cerebral
O córtex cerebral é a camada externa do cérebro, composta de substância cinzenta, e é fundamental para funções cognitivas superiores, como pensamento, percepção, memória e tomada de decisão. Dividido em dois hemisférios, cada um com quatro lobos principais - frontal, parietal, temporal e occipital - o córtex cerebral é o centro de processamento de informações do cérebro. Cada lobo desempenha funções específicas: o lobo frontal está associado ao planejamento e controle motor, o parietal ao processamento sensorial, o temporal à audição e memória, e o occipital à visão.
A espessura e a complexidade do córtex cerebral variam entre espécies, sendo especialmente desenvolvidas nos humanos, o que permite habilidades cognitivas avançadas. As áreas do córtex são organizadas em mapas funcionais, como as áreas de Brodmann, que delineiam regiões específicas com base em sua estrutura e função. A neuroplasticidade do córtex cerebral permite adaptações e mudanças na organização funcional em resposta a novas experiências ou lesões, sublinhando a sua importância na aprendizagem e na recuperação de funções perdidas.
Organização do Córtex Cerebral
A organização do córtex cerebral é complexa e altamente especializada, refletindo a diversidade de funções que esta estrutura realiza. O córtex é dividido em áreas funcionais distintas, conhecidas como áreas de Brodmann, baseadas em diferenças citoarquitetônicas, ou seja, na organização das células. Essas áreas incluem regiões sensoriais primárias, que recebem informações diretas dos órgãos sensoriais; áreas motoras primárias, que controlam movimentos voluntários, e áreas associativas, que integram informações sensoriais e motoras para funções cognitivas superiores.
As conexões intracorticais e corticais desempenham um papel importante na comunicação entre diferentes áreas do córtex, facilitando a integração de informações. As colunas corticais, pequenas unidades funcionais verticais, são fundamentais para a organização do processamento neuronal, permitindo uma comunicação eficiente entre as camadas do córtex. A plasticidade sináptica, ou a capacidade de modificação das conexões neuronais em resposta à experiência, é um aspecto vital da organização do córtex cerebral, permitindo aprendizado contínuo e adaptação a novas situações.
Sistemas Sensoriais e Motores
Os sistemas sensoriais e motores são fundamentais para a interação com o ambiente e a realização de movimentos. A neuropsicologia examina como a disfunção nesses sistemas pode levar a fenômenos funcionais incomuns e peculiares. O sistema motor inclui tanto componentes centrais quanto periféricos, enquanto os sistemas sensoriais abrangem a visão, audição, somatossensorial, olfativo e gustativo.
Sistema Visual: A visão é o sentido mais valorizado e dominante na percepção do mundo ao nosso redor. O sistema visual começa com o olho, onde a retina detecta estímulos visuais através de células ganglionares. Cada tipo de célula responde a diferentes aspectos do estímulo visual, como movimento, cor e forma. A informação visual é então transmitida ao córtex visual através do núcleo geniculado lateral e outras estruturas intermediárias. Lesões no sistema visual podem causar uma variedade de déficits, dependendo da localização do dano, impactando desde a acuidade visual até a percepção de movimento e cor.
Sistema Auditivo: O sistema auditivo permite a percepção do som e envolve estruturas como o ouvido externo, médio e interno, bem como vias neurais que transmitem sinais auditivos ao córtex auditivo. Os sons são captados pelas células ciliadas na cóclea e convertidos em impulsos nervosos que viajam através do nervo auditivo até o cérebro. Lesões nesse sistema podem resultar em perda auditiva parcial ou total e afetar a capacidade de localizar e interpretar sons. A neuroplasticidade permite alguma recuperação e adaptação, mas os déficits podem ser significativos e duradouros.
Sistema Somatossensorial: O sistema somatossensorial é responsável por sensações de toque, dor, temperatura e propriocepção. Receptores na pele e tecidos subjacentes detectam estímulos que são transmitidos através das vias nervosas para o cérebro. A coluna dorsal e o sistema anterolateral são duas principais vias de transmissão de informações somatossensoriais. O córtex somatossensorial primário, localizado no lobo parietal, processa essas informações. Lesões podem causar perda de sensibilidade, dor crônica ou desordens proprioceptivas, afetando significativamente a interação com o ambiente.
Sistema Olfativo: O sistema olfativo é responsável pela detecção e identificação de odores. Os neurônios olfativos localizados na cavidade nasal detectam moléculas odoríferas e enviam sinais ao bulbo olfativo. Esses sinais são então transmitidos ao córtex olfativo e outras regiões do cérebro, como a amígdala e o hipocampo, que associam odores a emoções e memórias. A regeneração dos neurônios olfativos é uma característica única deste sistema. Danos podem resultar em anosmia, a incapacidade de detectar odores, afetando a qualidade de vida e a percepção de sabores.
Sistema Gustativo: O sistema gustativo permite a percepção dos sabores através das papilas gustativas na língua, que detectam substâncias químicas nos alimentos. Os sinais gustativos são transmitidos ao cérebro através dos nervos faciais, glossofaríngeo e vago, e processados no córtex gustativo. Este sistema interage estreitamente com o sistema olfativo para a percepção completa dos sabores. Lesões no sistema gustativo podem resultar em ageusia, a perda do paladar, impactando a nutrição e o prazer alimentar.
Sistema Motor: O sistema motor é responsável pelo controle dos músculos esqueléticos e pela realização de movimentos voluntários e reflexos. Ele é composto por neurônios motores centrais e periféricos. O córtex motor primário, localizado no lobo frontal, é a principal área de controle motor voluntário. Lesões no sistema motor podem causar paralisia, espasticidade e outros déficits motores, afetando a capacidade de realizar atividades diárias. A reabilitação e a neuroplasticidade são fundamentais para a recuperação funcional após lesões motoras.
Considerações finais
E assim concluímos nosso estudo sobre Neuropsicologia, Neurofisiologia e Neuroanatomia. Mas o estudo não para por isso, é muito importante o leitor buscar na internet, e em vídeo aulas e em livros cada um desses itens para ter um entendimento mais profundo.
O desenvolvimento do ser humano ao longo da vida é algo fascinante de se observar, desde o nascimento até a fase final. Desde que nascemos, absorvemos conhecimentos e aprendemos com o ambiente. Alguns conhecimentos são inatos, como o choro, o sorriso e a sucção do leite materno. Nos primeiros anos, aprendemos e absorvemos conhecimentos, associando-os a diferentes aspectos para construir nossa personalidade, comportamento e muito mais.
O aprendizado se desenvolve por vários fatores, como observação, reforços e crenças pessoais. Nossa capacidade biológica se expande, abrindo mais possibilidades para nosso desenvolvimento. Assim, criamos comportamentos, personalidade e tudo o que nos define. Esse desenvolvimento contínuo molda nossa identidade ao longo do tempo. A medida que crescemos, começamos a entender e interpretar o mundo de maneiras mais complexas. A educação formal e informal contribui significativamente para a formação de nossa visão de mundo. O desenvolvimento emocional caminha ao nosso lado, influenciando cada escolha. Dessa forma, nossa capacidade de adaptação e aprendizado é continuamente refinada ao longo da vida.
Durante a adolescência, começamos a experimentar mais, buscando aprendizado, autonomia e sensações internas, moldando melhor nossa própria identidade. A escolha de uma universidade ou curso técnico, bem como a exploração de diferentes campos profissionais e empregos, são comuns para a maioria de nós. Esse período é essencial para definir nossos caminhos futuros. Essa fase é vista como um período de condicionamento de novos comportamentos, ideias e maneiras de entender o mundo. A interação com o ambiente escolar e social proporciona um contínuo guia ao nosso comportamento, com vários fatores influenciando nossas ações e decisões. O ambiente exerce um papel determinante na formação de nossas preferências e habilidades profissionais futuras.
As escolhas que fazemos moldam nosso futuro, baseadas em diferentes fatores e situações que enfrentamos. Escolhas baseadas em aceitação e aprovação em grupos podem levar à adoção de comportamentos que aumentam a popularidade ou a integração social, proporcionando satisfação. Podemos iniciar um curso ou um esporte para ganhar a aprovação das pessoas. A medida que esses comportamentos são reforçados, desenvolvemos satisfação ao alcançar metas e conquistar certos méritos. É uma fase de formação de comportamentos direcionados que continuarão na vida adulta.
Na vida adulta, certos comportamentos necessários na sociedade começam a se estabelecer, e o trabalho e a vida profissional são moldados por nossas escolhas na adolescência. Muitos outros fatores podem impulsionar a formação de novos comportamentos durante a adolescência, refletindo na vida adulta e no trabalho. A sociedade influencia significativamente a carreira profissional e a busca pela estabilidade financeira, incentivando a ascensão hierárquica no trabalho. Reforços como promoções, aumentos salariais e reconhecimento público incentivam determinadas escolhas durante a jornada de trabalho.
No âmbito dos relacionamentos pessoais, muitos jovens e adultos podem entrar em relacionamentos românticos sérios ou em aventuras. A escolha de um ou outro pode estar relacionada ao ambiente social e à satisfação que isso proporciona. Existem também causas biológicas nessas escolhas, como neurotransmissores, dopamina e serotonina, e o sistema límbico influenciando essas decisões. Os processos biológicos influenciam consideravelmente na formação de relacionamentos.
A fase dos 30 anos ou mais é uma continuidade do que aprendemos durante a puberdade e a fase inicial da vida adulta. Nela, mantemos os comportamentos adquiridos. Claro que a vida não é linear, e muitos fatores podem influenciar nosso comportamento em diferentes direções. Mesmo na fase adulta, aos 40 anos ou mais, uma pessoa pode ter uma mudança radical no estilo de vida, entendimento ou visão de mundo. Cabe ressaltar que é um processo natural, influenciado tanto pelo ambiente social quanto pelos processos biológicos.
Considerações Finais
As escolhas que fazemos não são verdadeiramente escolhas; são caminhos que seguimos com base no que nosso ambiente e no qual a biologia permite. Escolheu um curso universitário? Conseguiu um novo emprego? Saiba que essas escolhas foram baseadas em seu ambiente social, crenças pessoais e processos biológicos. E a pergunta “Eu não tenho escolhas na vida?” surge. Claro que você tem escolhas, caro leitor, mas, como disse, são baseadas em muitos fatores que ocorrem em sua vida.