Perspectiva Histórico-Cultural de Lev Vygotsky

 


 

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Quando pensamos em teorias que moldaram a educação moderna, não podemos ignorar Lev Semenovich Vygotsky e sua contribuição para a psicologia e pedagogia. Vamos abordar um pouco sua importância.

Lev Vygotsky nasceu em 17 de novembro de 1896, em Orsha, uma pequena cidade na Bielo-Rússia. Vindo de uma família judaica, ele cresceu em um ambiente rico em estímulos intelectuais. Sua educação inicial foi realizada em casa por tutores particulares, o que fomentou seu gosto precoce pela leitura e estudo. Aos 15 anos, Vygotsky ingressou em um colégio privado, onde seu desempenho brilhante lhe rendeu uma medalha de ouro. Mais tarde, ele estudou Direito e Literatura na Universidade de Moscou e, paralelamente, participou de cursos de História e Filosofia na Universidade Popular de Shanyavskii. Após a Revolução Russa de 1917, começou sua carreira em Gomel, lecionando, escrevendo críticas literárias e dando palestras. Seu interesse pela psicologia acadêmica se aprofundou quando começou a trabalhar com crianças portadoras de deficiências. Esta experiência o motivou a buscar alternativas para ajudar no desenvolvimento dessas crianças, estabelecendo as bases para seu futuro trabalho em psicologia.

O ano de 1924 foi um grande marco em sua carreira e após apresentar uma palestra no II Congresso de Psicologia em Leningrado, ele foi convidado a trabalhar no Instituto de Psicologia de Moscou. Lá, fundou o Instituto de Estudos das Deficiências e liderou um grupo de jovens cientistas, incluindo Alexander Luria e Alexei Leontiev, seus principais colaboradores. Ele buscava superar as limitações das correntes psicológicas de sua época, que eram dominadas por abordagens empiristas e idealistas. Propondo uma nova psicologia baseada nos princípios do materialismo dialético, integrando o corpo e a psique, o biológico e o social, o individual e o histórico.

A sua teoria histórico-cultural, também conhecida como abordagem sociointeracionista, tem como objetivo central caracterizar os aspectos tipicamente humanos do comportamento e como eles se formam ao longo da história e do desenvolvimento individual. Focando nas funções psicológicas superiores, como a capacidade de planejamento, memória voluntária e pensamento abstrato, que diferem dos processos psicológicos elementares, de origem biológica. Essas funções superiores, segundo Vygotsky, não são inatas, mas se originam nas interações sociais e culturais e se desenvolvem através da internalização de formas culturais de comportamento. Para ele, a cultura é parte constitutiva da natureza humana, moldando as características psicológicas por meio da internalização de modos de operar com informações.

Um dos conceitos centrais em sua teoria é a mediação. Ele argumentou que a relação do homem com o mundo é mediada por instrumentos e signos, que são construídos historicamente. Instrumentos são ferramentas físicas usadas para modificar o ambiente, enquanto signos são ferramentas psicológicas que regulam os processos mentais. A linguagem, em particular, desempenha um papel importante como sistema simbólico que permite a comunicação, a abstração e a generalização. Investigou como a internalização de sistemas de signos culturalmente produzidos altera o comportamento humano, destacando a importância da linguagem no desenvolvimento psicológico.

A educação desempenha um papel muito importante no desenvolvimento humano. Vygotsky acreditava que a educação deve ser vista como um processo social, onde o desenvolvimento das funções psicológicas superiores ocorre através da interação com outras pessoas e da internalização de práticas culturais. A educação deve fornecer oportunidades para que as crianças participem ativamente de práticas sociais e culturais, facilitando a internalização de ferramentas e signos culturais. Através dessa participação ativa, as crianças desenvolvem suas capacidades cognitivas e psicológicas, tornando-se indivíduos plenamente integrados em sua cultura.

A obra de Vygotsky, embora incompleta devido à sua morte precoce, deixou uma importante contribuição que continua a influenciar a educação e a psicologia. Seus conceitos de mediação, internalização e Zona de desenvolvimento proximal são amplamente utilizados em práticas educacionais modernas, enfatizando a importância da interação social e da cultura no desenvolvimento cognitivo. Educadores e psicólogos continuam a explorar e expandir suas ideias, aplicando seus princípios para criar ambientes de aprendizagem que promovam o desenvolvimento integral das crianças. Sua obra destaca a necessidade de uma abordagem que considere tanto os aspectos biológicos quanto culturais no desenvolvimento humano, oferecendo uma visão integrada e dinâmica da educação.

Referências: 

Lev Vygotsky: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lev_Vygotsky

Teoria socioconstrutivista de Lev Vygotsky: aprendizagem por meio das relações e interações sociais: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/24/10/teoria-socioconstrutivista-de-lev-vygotsky-aprendizagem-por-meio-das-relacoes-e-interacoes-sociais

Superando limites: a contribuição de Vygotsky para a educação especial: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862006000300007

Significação e mediação por signo e instrumento: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1993000100005

 

 

 

Entendendo "Big Data"

 


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 Vamos abordar um pouco sobre o surgimento de Big Data e como ela se comporta hoje em dia. Assuntos técnicos também serão abordados caso precise, mas garanto que vão ser de fácil entendimento.

Início

O conceito de Big Data não surgiu da noite para o dia, mas sim evoluiu ao longo do tempo à medida que a capacidade de armazenamento de dados e as informações foram se desenvolvendo. Na década de 1960, com o advento dos computadores, a capacidade de armazenar e processar dados começou a crescer - claro que em épocas anteriores eram usados cartões perfurados para manter os dados. Mesmo na década de 1960 e com os computadores evoluindo, os dados armazenados ainda eram muito pequenos, as fitas magnéticas e discos de armazenamento eram muito limitados. O processamento de dados era feito por computadores próprios para isso, os famosos mainframes - que até nos dias de hoje ainda são bem usados. Muitos deles eram grandes, caros e limitados a uma pequena parte de empresas. Foi nesta mesma época que começaram a surgir os primeiros bancos de dados para gerenciar informações.

Nos anos de 1980 e 1990, houve um grande salto com a popularização dos computadores pessoais e o avanço da tecnologia de rede, e a quantidade de dados começou a aumentar consideravelmente. Os primeiros bancos de dados começaram a se popularizar também, e a IBM e a Oracle já começaram a dominar esta área.

O verdadeiro ponto de partida foi nos anos 1990, com a ascensão da internet e a digitalização da informação. A conectividade global resultou em um grande aumento no processamento de dados gerados. As empresas começaram a ver o valor e o potencial nos dados e necessitavam de ferramentas mais avançadas para suas análises. Os bancos de dados foram evoluindo por causa dessas necessidades constantes. Isso foi um fator importante para o surgimento de vários outros bancos de dados, e principalmente a popularização do modelo de bancos de dados não relacional como os NoSQL, que foram projetados para lidar com dados não estruturados e semiestruturados.

Mas qual é a diferença entre dados estruturados e não estruturados? Vou explicar de forma bem simples. Os bancos de dados relacionais, também chamados de SQL, são bancos de dados estruturados, organizados em linhas e colunas. Eles organizam os dados separadamente, e cada dado pode ser categorizado, separado por formatos, etc. A consulta fica muito mais fácil. Os bancos de dados não relacionais, ou NoSQL, não são estruturados. Eles não utilizam o modelo de tabela para separar os dados e, em geral, não separam os dados. Eles também podem armazenar grandes quantidades de dados, tendo alta velocidade de processamento e podendo armazenar vários formatos de dados todos juntos.

Já no início dos anos 2000, o termo "Big Data" começou a ganhar popularidade. As empresas estavam gerando quantidades enormes de dados a partir de várias fontes, como transações comerciais, mídias sociais, sensores e muito mais. O Google foi pioneiro no desenvolvimento de tecnologias de Big Data, como o Google File System (GFS) e o MapReduce - que hoje em dia são muito usados em seus produtos - e influenciou diretamente o desenvolvimento do Hadoop. O GFS foi projetado para suportar aplicações que necessitavam de grande capacidade de armazenamento e acesso rápido aos dados. O MapReduce, por sua vez, é um modelo de programação que permite o processamento paralelo de grandes volumes de dados em um cluster de computadores. Para a maioria que usa "Big Data", o Hadoop está lá no meio de outros serviços. O Hadoop, que é um software open-source desenvolvido pela Apache Software Foundation, é um dos mais populares softwares para "Big Data". Ele permite o processamento distribuído de grandes conjuntos de dados em clusters de computadores (computação em paralelo) usando modelos de computação simples, o que facilita e agiliza muito a implementação de Big Data.

Na década de 2010, o Big Data se tornou um componente muito importante para muitas empresas. A quantidade de dados gerados continuou a crescer, impulsionada pelo aumento de vários dispositivos, principalmente os smartphones, mídias sociais e outros serviços. Além do Hadoop, surgiram outras tecnologias para compor mais esse processamento de dados, como o Apache Spark e o Apache Flink, ambos oferecendo um processamento de dados em tempo real muito mais rápido - já que os dados estavam crescendo cada vez mais e muitas empresas estavam com necessidade de softwares com poder de processamento muito mais rápido.

Essa década foi marcada pelo surgimento de vários conceitos relacionados a Big Data, entre eles o Data Lake e o Data Warehouse, que também ganharam popularidade. O Data Lake consiste em um armazenamento de dados de forma bruta que depois podem ser estruturados, semiestruturados ou não estruturados conforme a necessidade. Ou seja, você pode projetá-lo e separá-lo, e caso precise organizá-lo de acordo com sua necessidade. E o Data Warehouse, que é fundamental para suportar relatórios empresariais, análises de dados e processos de tomada de decisão. Ambos os sistemas são para grandes volumes de processamento de dados.

Finalmente, chegamos na década de 2020, e o Big Data ficou mais integrado com a tecnologia de Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML). Essa combinação permite que as empresas e organizações possam automatizar, organizar, analisar e processar dados de forma muito mais fácil e rápida, fornecendo informações que podem ser úteis em determinadas situações. É muito mais rápido com IA e ML analisar o gosto dos usuários e oferecer um produto do que fazer isso manualmente.

Para facilitar e oferecer esses serviços a qualquer empresa que necessite, surgiram os serviços de cloud computing, ou em nuvem. A Amazon Web Services (AWS) foi uma das primeiras a oferecer serviços de Big Data sem precisar comprar equipamentos. Você entra no site deles, escolhe um serviço, utiliza conforme suas necessidades e, caso não queira mais, cancela de maneira rápida. Existem mais de 200 serviços em nuvem dentro da AWS e muitos deles podem complementar sua necessidade em Big Data. Vendo essas soluções que a Amazon criou, outras empresas começaram a oferecer serviços semelhantes, como o Microsoft Azure, Google Cloud Platform (GCP) e outras. Muitas delas oferecendo serviços semelhantes ao da AWS, às vezes mais baratos ou com melhores funcionalidades.

Privacidade

Toda essa coleta e armazenamento de dados levantaram sérias preocupações sobre privacidade e segurança. Quanto as empresas de Big Data coletam e armazenam dessas informações sobre o usuário? E como esses dados são utilizados? São perguntas cujas respostas não são fáceis de obter. Hoje em dia, os dados e sua coleta são muito importantes para várias tomadas de decisões. Empresas de Big Data podem coletar enormes quantidades de dados de várias fontes, como seu navegador, interações em mídias sociais, dados de dispositivos móveis, histórico de compras etc. É uma grande variedade de dados que elas podem armazenar e manter em seus servidores para serem utilizados. E esses dados, quando analisados, podem revelar padrões, tendências do usuário, do mercado e de muitas outras coisas. Quantas vezes já te ofereceram um produto na internet que você nem queria, mas ficou interessado em comprar? E muitas das empresas, mesmo com o histórico deletado de serviços online, podem ainda armazenar os dados em seus servidores. Várias regulamentações foram criadas globalmente, como a GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados) na Europa e a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil. Ambas são uma maneira de tentar garantir proteção e segurança dos dados que são coletados e armazenados, mas podem não ser suficientes para garantir os direitos à privacidade.

Conclusão

A Big Data está cada dia mais evoluindo com o avanço da tecnologia, e a coleta massiva de dados não vai parar, e sua integração será cada vez mais presente em vários serviços. Levanto a questão para sempre ficarmos atentos e observar como os dados são utilizados, e quando eles ocorrem vazamentos na internet.

 

Um pouco sobre Guerras Híbridas

 


 

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Você já ouviu falar em "conflitos híbridos" ou "guerra da informação"? Parece coisa de filme de espionagem e ficção científica, não é? Mas acredite, isso está sendo uma realidade e está acontecendo em nossa sociedade. Vamos analisar esse tema e entender o que está acontecendo em nossa sociedade.

Os conflitos híbridos são o tipo de guerra moderna que mistura várias formas de confronto, tanto militar quanto não militar. Com o desenvolvimento de nossa tecnologia, e o surgimento da computação, as guerras se tornaram algo diferente, não é mais direta em um campo de batalha e sim na base da informação. Hoje, ela envolve desde ciberataques, até propaganda na mídia social.  Vamos imaginar a situação: além dos tanques e soldados, temos hackers invadindo sistemas e infraestrutura de governos, fake news espalhando desinformação e até empresas sendo usadas como ferramenta de influência. É um tipo de grande tabuleiro de xadrez, onde cada peça tem um importante papel e o jogo é muito mais complexo do que se imagina. Parece teoria da conspiração? Sim, mas é a realidade que está acontecendo.

O termo “hibridismo” não é novo, mas ganhou um novo sentido nos últimos anos. Em tempos antigos a guerra era no campo de batalha, era confronto direito, ou era “guerra” ou “paz". Agora com toda a tecnologia, e globalização, a linha entre esses dois estados ficou bem mais borrada. Esse conceito de ” guerras híbridas" é uma resposta rápida a esse processo de guerras modernas.

Agora, vamos falar das chamadas "revoluções coloridas". Esse termo é usado para descrever uma série de protestos que ocorreram em países da antiga União Soviética, como a Revolução Laranja na Ucrânia. Esses movimentos foram vistos pela Rússia como uma forma de guerra híbrida, onde a subversão política e os protestos populares se misturam com táticas militares encobertas. Para os russos, essas revoluções são um exemplo clássico de como o Ocidente, especialmente os EUA, utiliza essas táticas híbridas para desestabilizar governos que não são seus aliados. Eles veem isso como uma ameaça direta e um novo tipo de guerra que vai além dos métodos tradicionais.

Falando na Rússia, eles têm uma abordagem bem única sobre tudo isso. O pensamento militar russo é muito influenciado pela experiência soviética. Eles desenvolveram uma doutrina que combina métodos militares e não militares para alcançar objetivos políticos e militares sem recorrer à guerra aberta. A Rússia tem usado essas táticas de forma bem eficaz, como vimos na anexação da Crimeia e nos conflitos no leste da Ucrânia. Usando uma mistura de forças regulares e irregulares, propaganda e ciberataques, eles conseguiram atingir seus objetivos sem desencadear uma guerra total.

No mundo de hoje, a guerra da informação é uma parte importante dos conflitos híbridos. É tudo sobre controlar a narrativa e influenciar corações e mentes. Com a internet e as mídias sociais, a manipulação de informações se tornou uma ferramenta poderosa e perigosa. Indo para os EUA, podemos ver eles usando todo o seu potencial informacional para influenciar a opinião pública mundial sobre a Rússia no conflito da Rússia X Ucrânia. Várias empresas de mídia e propaganda, diferentes narrativas a fim de influenciar tanto a opinião pública de fora ou de dentro da Rússia.

Então, meu caro leitor, entender os conflitos híbridos e a guerra da informação é essencial para compreendermos a dinâmica do mundo atual. Não é mais apenas sobre quem tem o maior exército ou as melhores armas, mas sobre quem pode controlar a narrativa e influenciar as mentes das pessoas. Vivemos em uma Era onde a informação é poder, e saber como ela é usada pode nos ajudar a navegar melhor por esse cenário complicado.

 


Explorando as raízes da ciência

 


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A ciência, a doce ciência que traz luz para a nossa sociedade, a cada nova comprovação científica. Vemos que nossa sociedade se desenvolve, ou melhora, à medida que a ciência e a tecnologia se desenvolvem. Acreditamos que isso poderia proporcionar melhores direitos e oportunidades para todos nós. Ora, tendo uma sociedade com ciência e tecnologia, é lógico que isso poderia acontecer. No entanto, à medida que nos aprofundamos e entendemos os reais interesses que estão por detrás das pesquisas científicas, vemos que essas melhorias estão reservadas apenas a uma minoria de pessoas. O avanço científico, por mais impressionante que possa parecer aos nossos olhos, tem claros interesses políticos e militares por trás. A ciência sempre teve um patrocínio político e militar.

Por um longo tempo, Isaac Newton foi frequentemente retratado como um gênio singular que transformou a ciência com sua obra "Principia Mathematica". Esta obra tem um importante papel no desenvolvimento da física e da ciência em geral. Newton abordou questões fundamentais como as leis do movimento, o comportamento de corpos em meios resistentes e os princípios de hidrostática, entre outros, que são até hoje muito importantes nos estudos da engenharia.

Mas como se deu esse desenvolvimento nos tempos de Newton? Se analisarmos a época em que a Europa se encontrava, podemos entender precisamente essa necessidade do desenvolvimento científico. Durante os séculos XVI e XVII, a Europa passou por uma grande transformação. Com a dissolução do feudalismo e o surgimento do capitalismo, houve a necessidade de melhorias e inovações em várias áreas de exploração, navegação, construção e engenharia em geral.

A Revolução Inglesa teve um papel importante na vida e no trabalho de Newton, ocorrendo em um período de grande turbulência social e política. Ele testemunhou a ascensão da burguesia ao poder e sua luta contra o absolutismo e o feudalismo, que foi também a luta por uma ciência que pudesse servir aos interesses do desenvolvimento industrial e comercial da época.

E mesmo em nossa época atual, podemos ver nitidamente a ciência crescer de acordo com seus interesses, principalmente lucrativos. O investimento em determinadas áreas da ciência é frequentemente direcionado para aquelas que prometem um retorno financeiro. Mesmo em áreas como medicina, farmacêutica e saúde em geral, espera-se um retorno significativo. Muitos investidores esperam esse retorno e priorizam pesquisas que possam beneficiar economicamente, mas não socialmente, e isso é frequentemente negligenciado.

Evidentemente, isso não vai mudar facilmente. A ciência, sob o capitalismo, se torna uma ferramenta de lucro, e não um processo social que possa beneficiar a todos. A prioridade das pesquisas é determinada pelos interesses de seus investidores e não pelas necessidades da sociedade em geral. E como podemos mudar isso? Esse é um problema que devemos tratar com urgência...

 


Referências:
The Social and Economic Roots of Newton’s Principia, em russo: Социально-экономические корни механики Ньютона, em português:  As Raízes Sociais e Econômicas dos “Principia” de Newton - de Boris Hessen

Devaneios

 


 

O sol parecia quente quando Antônio via as ruas de sua janela. Carros passando e a cidade toda cheia, todos indo de um lado para o outro. Ao observar tudo isso, Antônio permitia que sua mente divagasse um caminho desconhecido, era uma sensação boa pensava ele. Era como uma brisa refrescante em que dava para sentir momentos antigos e fantásticos. O sol, o céu azulado, o verde das planícies permitiu isso.  Ele sorri enquanto sua mente dança em um balé de devaneios, uma bela sinfonia de pensamentos livres de realidades. Que sensação gostosa essa, pensava ele enquanto deixava seus pensamentos fluírem.

Você já se pegou sonhando acordado, imaginando cenários hipotéticos ou fantásticos, ou aqueles suaves momentos em que passou antigamente? Esses momentos nos transportam para um mundo de imaginação, nos proporcionando reflexão. Uma sutil sensação que vem a nós de uma maneira que não sabemos o motivo. Mas que sensação é essa? Devaneios são processos mentais nos quais a imaginação humana se liberta das restrições da realidade e cria cenários alternativos, fantasias ou desejos ou até mesmo uma visualização de momentos passados. Eles são uma parte essencial da experiência do ser humano, pois permitem que as pessoas explorem diferentes possibilidades, expressem sua criatividade e encontrem soluções para problemas que enfrentam no cotidiano. Muitos deles podem ter benefícios emocionais, como aliviar o estresse, aumentar a autoestima e melhorar o humor. Não são apenas uma forma de escapismo, mas também uma ferramenta cognitiva que pode ajudar as pessoas a alcançarem seus objetivos e a se adaptarem às mudanças.

Os devaneios são definidos como pensamentos que não estão relacionados ao que estamos fazendo ou ao ambiente em que estamos. Eles podem ser voluntários ou involuntários, positivos ou negativos, realistas ou fantasiosos. Podem ser sobre pessoas, lugares, eventos ou objetos que conhecemos ou nunca vimos. e também podem ser curto ou durar alguns minutos. Os devaneios são diferentes dos sonhos que temos enquanto dormimos porque mantemos algum nível de consciência e controle sobre eles. Também podemos interrompê-los se precisarmos nos concentrar em algo mais importante. No entanto, assim como os sonhos, os devaneios podem revelar aspectos do nosso subconsciente, nossos desejos, medos, emoções e personalidade.

Uma das funções dos devaneios é servir como uma forma de escapismo, ou seja, uma maneira de se afastar dos problemas ou das dificuldades da vida cotidiana. Eles podem proporcionar um alívio de estresse, pois permitem que a pessoa se imagine em situações mais agradáveis, divertidas ou gratificantes. Por exemplo, alguém que está insatisfeito com o seu trabalho pode devanear sobre uma viagem dos sonhos, um novo emprego ou uma mudança de carreira.

Os psicólogos classificam os devaneios em dois tipos principais: positivos e negativos. Os devaneios positivos são aqueles que nos fazem sentir bem, relaxados, felizes ou inspirados.  Podem incluir cenários agradáveis ​​como estar em uma praia paradisíaca, ganhar na loteria ou conhecer o amor da nossa vida e também podem ser uma forma de planejar o futuro, como imaginar como será nossa carreira, família ou casa ideal. Já os devaneios negativos são aqueles que nos fazem sentir mal, ansiosos, tristes ou irritados, podendo envolver cenários desagradáveis, como estar em uma situação perigosa, perder alguém querido ou fracassar em algo importante. Muitos deles podem ser uma forma de reviver o passado, como lembrar de experiências traumáticas, arrependimentos ou conflitos.

Em suas raízes biológicas podemos destacar que durante esses momentos, várias regiões cerebrais, incluindo o córtex pré-frontal, o córtex cingulado posterior e o hipocampo, se comunicam, construindo narrativas imaginativas. A liberação de dopamina, neurotransmissor ligado à recompensa, pode contribuir para a sensação prazerosa associada aos devaneios.  Ao mesmo tempo, a desativação temporária do córtex sensorial permite que a mente se desligue do ambiente externo, mergulhando em pensamentos internos.  Os devaneios ocorrem frequentemente durante períodos de descanso, indicando que a ausência de estímulos externos permite ao cérebro explorar funções internas, revelando os complexos processos biológicos por trás desta forma única de expressão mental.

Mais do que apenas um processo, os devaneios podem desempenhar um papel na exploração de si próprio e no processamento emocional, explorando suas emoções, suas ideias, novas experiências, podendo refletir os interesses, os valores, as aspirações ou até mesmo os conflitos da pessoa, e podem ajudá-la a conhecer-se melhor, a expressar-se criativamente ou a integrar as suas experiências em sua realidade. Por exemplo, você pode adquirir uma nova ideia para um projeto futuro ou encontrar inspiração para uma variedade de atividades criativas e  isso pode ajudá-lo a encontrar soluções para problemas ou até mesmo explorar diferentes possibilidades.

É importante destacar que os devaneios não se tornem prejudiciais ou interferindo na atenção, na memória, no desempenho ou na satisfação com a realidade. Nesse caso, pode ser necessário buscar ajuda profissional para compreender e resolver as causas dos devaneios.  O importante é ter consciência dos seus devaneios e de seus efeitos na vida, e usar essa informação para escolher os que lhe fazem bem e evitar os que lhe fazem mal.  De todo mundo devaneios são uma viagem fantástica para um mundo maravilhoso da imaginação, e aí meu caro leitor você já se parou em um devaneio?

 

Links:

What is daydreaming? Parts of the brain show sleep-like activity when your mind wanders
https://theconversation.com/what-is-daydreaming-parts-of-the-brain-show-sleep-like-activity-when-your-mind-wanders-163642

Brain's Problem-solving Function At Work When We Daydream https://www.sciencedaily.com/releases/2009/05/090511180702.htm

Your Mind Wanders Because Your Brain Whispers https://neurosciencenews.com/daydreaming-memory-hippocampus-21669/

Creative Types Reserve a Special Corner of the Brain for Dreaming Big https://www.scientificamerican.com/article/creative-types-reserve-a-special-corner-of-the-brain-for-dreaming-big/

 


 

 

 

A criatividade do ser humano

 

 


 

Desde tempos imemoriais, a criatividade humana tem impulsionado a evolução da civilização. Ela é a força motriz que transforma nossa sociedade. Desde os primeiros desenhos rupestres nas cavernas até o surgimento da Internet, a criatividade sempre desempenhou um papel fundamental na maneira como o mundo se moldou ao longo do tempo. A história da criatividade humana é uma jornada fascinante e muito empolgante, que nos mostra como a nossa sociedade se desenvolveu ao longo do tempo.

A criatividade humana tem sido uma característica muito especial para nossa espécie. Os humanos pré-históricos não foram exceção e a sua criatividade foi expressa de muitas maneiras e foi com ela que pudemos ter uma visão de como nossa criatividade se formou.

Desde os primórdios dos tempos o ser humano procurou criar, desenvolver e aplicar na sua vida e cotidiano novas ideias. Ele sempre buscou ideias para melhorar cada vez mais suas habilidades tanto na caça como na construção de ferramentas e armas, o que demonstrava sua natureza  criativa. Durante toda a sua vida, ele se dedicou a aperfeiçoar suas habilidades para ser mais eficiente na busca por comida e mais eficaz na defesa do seu grupo. Sua mente curiosa e disposta a experimentar novas soluções foi crucial para isso. Ele experimentava novos materiais, formas e métodos conforme aprendia  com descobertas e experiências diárias.  Com sua atitude criativa e corajosa de não temer o erro, ela alcançou muitas conquistas e evoluiu ao longo do tempo. Essa atitude lhe trouxe um grande passo na evolução e foi maior aliada na sobrevivência.

A busca pela melhoria das capacidades humanas pode ser entendida como uma forma de adaptação ao meio ambiente e de superação dos limites impostos pela natureza. Ao longo da história, as pessoas enfrentaram vários desafios, como escassez de recursos, doenças, guerra, alterações climáticas e mudanças sociais.  E foi durante a Idade Média que isso foi bem visto.  Para superar esses desafios, as pessoas tiveram que desenvolver novas formas de pensar, de comportar e se comunicar. A filosofia e a ciência em geral foram cada vez mais desenvolvidas para dar um grande passo na sociedade e na vida do ser humano, suas ideias para questionar, analisar e melhorar tudo aquilo dentro da sociedade foram fundamentais para nossa sociedade. Desta forma, pode-se dizer que a capacidade criativa inata do ser humano, quando estimulada e refinada ao longo do tempo, permitiu que nossa espécie superasse inúmeros obstáculos naturais e sociais e se adaptasse às mais diversas condições, tornando o homem o animal mais bem-sucedido do planeta. Foi graças à imaginação que pudemos evoluir culturalmente.
Essas formas foram refinadas e diversificadas ao longo do tempo, dando origem a diferentes culturas, civilizações e invenções.

A arte é uma das maneiras mais notáveis através das quais a natureza criativa do ser humano se manifesta. A música, a pintura, a dança, a literatura e outras formas de arte são maneiras através das quais as pessoas podem expressar suas emoções, experiências e perspectivas sobre a vida. A arte permite que as pessoas expressem emoções complexas, conceitos abstratos e experiências pessoais de forma que as palavras frequentemente não conseguem capturar sozinhas. A arte não é apenas uma expressão de criatividade, mas também uma forma de comunicação universal que vai além das diferenças culturais e linguísticas. A expressão artística, através da criatividade, tem o poder de se tornar um veículo poderoso para compartilhar emoções. As obras de arte possuem o poder de despertar uma variedade de emoções, possibilitando que o público se conecte emocionalmente com a intenção do artista.

O espírito criativo na ciência caracterizou-se pela capacidade de questionar princípios estabelecidos. Os cientistas desafiam as crenças estabelecidas, apresentando teorias ousadas e realizando experimentos que visam ampliar nossa compreensão do mundo. Pensar de forma não convencional e fazer conexões entre ideias aparentemente diferentes é uma característica distintiva da criatividade na ciência. Cientistas revolucionários procuraram explicar de forma racional e sistemática os fenômenos naturais usando instrumentos como telescópios, microscópios e termômetros. Exemplos de cientistas revolucionários incluem Galileu Galilei, Isaac Newton, René Descartes e Francis Bacon. A criatividade na ciência frequentemente surge em momentos de insight, levando a novas e significativas descobertas. Esses momentos de inspiração são frequentemente desencadeados pela intuição, experiência e compreensão profunda do assunto, enfatizando a interação entre conhecimento profundo e criatividade inovadora.

De acordo com pesquisas recentes, as áreas do cérebro responsáveis ​​pela criatividade incluem o córtex frontal e o hipocampo. O córtex frontal é considerado o centro da criatividade devido às suas funções de memória e planejamento, enquanto o hipocampo é responsável por correlacionar informações e gerar novas ideias. Embora a inteligência seja frequentemente associada à criatividade, não existe uma relação direta entre estes dois conceitos. Inteligência refere-se à capacidade de resolver problemas e aprender novas informações, enquanto criatividade refere-se à capacidade de gerar ideias novas e originais. Alguns cientistas argumentam que a criatividade pode ser uma forma de “pensamento lateral” que permite aos indivíduos encontrar soluções inovadoras para problemas complexos.

A criatividade vai além de apenas criar obras de arte ou inventar novas tecnologias, mas uma manifestação essencial de imaginação, curiosidade e capacidade de transformar ideias em realidade. A capacidade de criar é considerada uma qualidade humana inata que está presente em todas as pessoas, independentemente da sua formação cultural, social ou educacional. Esta suposição é apoiada por pesquisas que mostram que as pessoas têm uma tendência natural para serem criativas desde a infância até a idade adulta.

A natureza criativa do ser humano é uma das características mais fascinantes e importantes da humanidade. É uma habilidade que pode ser desenvolvida e aprimorada ao longo do tempo, e que pode ser aplicada em diversas áreas da vida. Com o desenvolvimento de novas ferramentas atualmente o futuro da criatividade humana parece brilhante, à medida que as pessoas continuam a ultrapassar os limites do que é possível e a explorar novas formas de expressão. Uma mente criativa pode fazer uma grande transformação na sociedade. É com ela que os seres humanos são capazes de encontrar soluções para problemas complexos, criar novas formas de comunicação e expressão, e explorar novas fronteiras em todas as áreas da vida. É sempre bom que cada um de nós mantenha o espírito criativo. E aí, qual foi as melhores inspirações para sua criatividade?

Fontes:

A criatividade humana, base para criar a sociedade humana, hoje é revelada https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/fabiano-de-abreu/criatividade-humana-base-para-criar-sociedade-humana-hoje-e-revelada.phtml

Fatores influentes no desenvolvimento do potencial criativo https://www.scielo.br/j/estpsi/a/YhfMj9CLJcmFZPg7qL9Cnky/?lang=pt

The Creative Brain https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7075500/ 

The Origin of Human Creativity Was Surprisingly Complex https://www.scientificamerican.com/article/the-origin-human-creativity-suprisingly-complex/

The evolution of human artistic creativity https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2815939/

 

 



Entendendo o ser humano e a suas sutís motivações....

 

Ahhhh, vamos entender um pouco do ser humano né? A suas motivações em viver é algo bem curioso e muitas vezes são bem diversificadas, As motivações do ser humano e sua busca constante na vida são temas que despertam o interesse de muitos, desde filósofos, psicólogos como pesquisadores em geral. O que motiva o ser humano a viver? O que realmente motiva as pessoas a fazerem isso ou aquilo? E o que nos dá sentido e propósito em fazer isso ou aquilo? Já se sentiu motivado hoje? Existem muitos fatores em volta do ser humano que fazem ele se sentir motivado. Então vamos entender como isso funciona

 

O nascimento:

O nascimento é um importante evento na vida do ser humano, ele marca o início da jornada do ser humano nesse mundo. Um evento de alegria, felicidade para todos os pais e familiares, você pode observar os sentimentos mais profundos em uma pessoa quando vê o nascimento de seu filho, um sentimento forte em que dá forças e motivações em viver.  

Do ponto de vista biológico, o nascimento está relacionado à sobrevivência da espécie. A reprodução é essencial para a perpetuação da vida, em todas as espécies de animais a reprodução é essencial e o nascimento é o primeiro passo nesse processo. E no ser humano isso não seria diferente. Ele é um evento que permite que um novo indivíduo se desenvolva e cresça e tenha uma vida. Vários fatores genéticos são responsáveis como hereditariedade, características físicas, etc., que são muito importantes para o indivíduo de como ele vai enxergar o mundo, e entendê-lo.   Durante seu amadurecimento na vida, o indivíduo adquire habilidades e comportamentos que são fundamentais para sua sobrevivência e seu desenvolvimento na vida,

O nascimento é um fenômeno que envolve não apenas aspectos biológicos, mas também culturais, políticos e éticos. A forma como a sociedade entende e celebra o nascimento reflete seus valores, crenças e ideologias sobre a vida humana. O ser humano está em sua constante busca de entender tudo em sua volta. A sociedade humana tem uma longa história de valorização da reprodução e do nascimento como um evento de grande importância social, econômica e cultural. Em muitas culturas, o nascimento é visto como um momento sagrado, que marca a entrada de um novo ser no mundo, com direitos e deveres perante a comunidade. Sua importância para o desenvolvimento da comunidade se torna fundamental do ponto de vista econômico, ambiental e político. Além disso, o nascimento tem implicações para a continuidade e a transformação da sociedade, pois representa a renovação e a possibilidade de mudanças sociais. 

 

O desenvolvimento

A busca humana é uma característica inerente ao nosso ser, ela é constante em toda a nossa vida, ela nos motiva a sempre queremos mais, nos dá força para desenvolvermos e desenvolvermos nossa sociedade. Desde os tempos mais remotos, o ser humano busca compreender o mundo que o cerca, buscar respostas para as suas perguntas, buscar soluções para os seus problemas, buscar formas de expressar a sua criatividade, buscar formas de se relacionar com os outros, buscar formas de contribuir para o bem comum. Essa busca é o que nos torna humanos, o que nos diferencia dos outros animais, o que nos faz evoluir e progredir em nosso meio.

Mas essa busca não é fácil nem linear. Ela envolve muitos obstáculos, muitas incertezas, muitas dúvidas, muitas frustrações. Ela exige coragem, persistência, paciência, humildade. Ela exige também flexibilidade, adaptação, aprendizagem contínua. Ela exige que saibamos lidar com as mudanças, com as adversidades, com as perdas - o que acontece muito. Ela exige que saibamos reconhecer os nossos erros, os nossos limites, os nossos medos. Ela exige que saibamos pedir ajuda, aceitar críticas, ouvir opiniões diferentes. E isso o ser humano enfrenta constantemente em sua vida. 

Mas ora,  tem também seus benefícios e satisfações. Nosso processo de desenvolvimento nos permite explorar novos horizontes, e novos caminhos, que é uma das coisas que motiva o ser humano, permite expressar a nossa essência, a nossa identidade, a nossa singularidade. Ela nos permite construir relações significativas, afetivas, duradouras. Ela nos permite contribuir para um mundo melhor, mais justo, mais sustentável. E isso é uma das coisas maravilhosas dos seres humanos, poder transformar cada coisa, melhorar tudo em nossa volta, buscar as melhores soluções para a sociedade.



Teorias sobre a motivação do ser humano.

Uma das teorias mais conhecidas sobre a motivação humana é a hierarquia das necessidades de Maslow, que propõe que existem cinco níveis de necessidades que devem ser satisfeitas em ordem crescente: fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e de autorrealização. Segundo Maslow, as necessidades mais básicas são as que garantem a nossa sobrevivência e bem-estar físico, como alimentação, água, ar, sono e saúde. As necessidades de segurança envolvem a proteção contra ameaças externas, como violência, doenças e desastres naturais. As necessidades sociais se referem à nossa necessidade de pertencer a um grupo, de ter afeto, amizade e amor. As necessidades de estima estão relacionadas ao nosso senso de valor, competência e reconhecimento. Por fim, as necessidades de autorrealização são as que nos levam a buscar o nosso potencial máximo, a expressar a nossa criatividade, a compartilhar nosso conhecimento e experiência e a contribuir para o mundo.

Maslow argumentava que as necessidades mais elevadas só podem ser buscadas quando as mais baixas estão satisfeitas. Por exemplo, uma pessoa que passa fome dificilmente se preocupa com a sua autoestima ou com o seu propósito de vida. No entanto, essa teoria tem sido criticada por não levar em conta as diferenças individuais e culturais na motivação humana. Além disso, nem sempre as necessidades são satisfeitas em uma ordem fixa. Por exemplo, há pessoas que sacrificam as suas necessidades fisiológicas ou de segurança por uma causa maior, como um ideal político ou religioso.

Outra teoria influente sobre a motivação humana nos tempos atuais é a teoria da autodeterminação por Edward L. Deci e Richard M. Ryan, que propõe que existem três necessidades psicológicas básicas que devem ser atendidas para que as pessoas se sintam motivadas: autonomia, competência e relacionamento. Autonomia significa ter o controle sobre as próprias escolhas e ações, sem sentir-se coagido ou manipulado por forças externas. Competência significa ter o domínio sobre as habilidades e os conhecimentos necessários para realizar as tarefas e os desafios que se apresentam. Relacionamento significa ter conexões significativas e positivas com outras pessoas, baseadas na confiança, no respeito e na cooperação.

Segundo a teoria da autodeterminação, as pessoas se sentem mais motivadas quando realizam atividades que atendem às suas necessidades psicológicas básicas, pois isso gera um senso de satisfação e bem-estar. Por outro lado, quando essas necessidades são frustradas ou negligenciadas, as pessoas se sentem desmotivadas, ansiosas ou deprimidas. Essa teoria também distingue entre dois tipos de motivação: intrínseca e extrínseca. A motivação intrínseca é aquela que surge do interesse ou do prazer pela atividade em si, sem depender de recompensas ou punições externas. A motivação extrínseca é aquela que é influenciada por fatores externos à atividade, como dinheiro, elogios, notas ou pressão social. 

 

Conclusão

 As motivações do ser humano são muitas, e cada ser humano tem a sua, ela é a que nos move e nos impulsiona a crescer e a nos desenvolver na vida, existem muitos fatores que podem influenciar a nossa motivação, como as nossas emoções, os nossos valores, as nossas crenças, as nossas expectativas e as nossas circunstâncias. Refletir sobre esses fatores na vida é um importante passo para nos conhecermos melhor, E aí, o que faz você ficar motivado na vida?

 

Fontes:

Hierarquia das Necessidades de Maslow: Validação de um Instrumento https://www.scielo.br/j/pcp/a/X4Cm9CPhzCCSxzGfZ9TBVzh/?format=pdf&lang=pt

A teoria da autodeterminação e as influências socioculturais sobre a identidade http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682010000200008