Já parou para pensar em como nossas interações dentro de grupos moldam quem somos e como agimos? Eu sempre achei interessante como os grupos funcionam, como influenciam nossos comportamentos e como, muitas vezes, nós nem percebemos o quanto somos afetados. Em muitos estudos de sociologia têm investigado essa dinâmica há décadas, e com o tempo, muitas coisas interessantes foram descobertas.
Vamos começar pelo básico: o que exatamente é um grupo? Parece óbvio, mas nem sempre é tão simples. Um grupo é, essencialmente, um conjunto de pessoas que se juntam com um propósito comum. Pode ser um grupo de amigos, colegas de trabalho, ou até mesmo um time esportivo. O mais interessante é que, para essa coletividade ser realmente um grupo, seus membros precisam se ver como parte de algo maior, compartilhar objetivos e respeitar certas normas.
Em alguns estudos é mostrado que pequenos grupos são os mais comuns. Esses grupos que são pesquisados dentro da sociologia, se tornam mais fácil de observar e analisar seus comportamentos e, geralmente, nos dão uma ideia mais clara de como funciona a dinâmica social.
Um ponto que sempre me chamou atenção é como as normas de um grupo — aquelas regras que dizem o que é ou não é aceitável — podem moldar nosso comportamento. Por exemplo, eu sempre participei de grupos de bate-papo, e muito deles tem regras para manter um diálogo produtivo e para começar o debate. Essas normas guiam as atitudes dos membros e ajudam a manter a coesão do grupo. Se você quer continuar fazendo parte do grupo, você segue as normas, caso contrário, pode ser excluído. Isso na internet, e até mesmo em um ambiente social.
Em grupos sociais, a forma é um pouco mais ampla, mas não diferente muito dos da internet — desde que tenha um pouco de respeito entre ambos. É comum perceber que nos comportamos de maneira diferente quando estamos sozinhos em comparação quando estamos em grupo. Eu mesmo já me peguei agindo de maneiras diferentes dependendo da companhia. E, curiosamente, isso é mais observado em membros que estão num nível intermediário dentro do grupo — aqueles que seguem as regras tanto no grupo quanto fora dele, talvez para garantir sua posição.
O mais interessante é que nem sempre seguir as normas é o melhor caminho dentro de grupos. Em algumas situações, desviar-se das normas pode trazer resultados interessantes. Em alguns casos, a pessoa pode quebrar regras caso elas estão prejudicando o grupo. Pois é, às vezes, um pouco de rebeldia pode impulsionar a uma mudança ou alcançar algumas outras possibilidades para o grupo.
Outro ponto que não sai da minha cabeça é como os grupos conseguem influenciar tanto a nossa atitude quanto a nosso comportamento. Quando nossas atitudes estão alinhadas com as normas do grupo, elas tendem a se fortalecer. Mas, se nossas atitudes vão contra essas normas, logo surge uma pressão para mudar.
Por exemplo, eu já trabalhei em equipes de desenvolvimento de software e senti na pele como a presença de outras pessoas pode tanto aumentar a minha motivação para o desenvolvimento quanto criar uma tensão que me faz ficar um pouco com medo de errar. Dependendo das minhas predisposições naturais — se eu tenho tendência a acertar ou errar — o ambiente de grupo pode amplificar esses comportamentos. E aqui entra aquele fenômeno interessante: a "preguiça social", quando a gente faz menos esforço em grupo do que faria sozinho. Ou seja, em grupos você faz muito menos esforço em tarefas do que precisaria fazer sozinhos.
Falando em grupos, não dá para não mencionar os papéis e a liderança. Cada pessoa assume um papel específico, moldado pelas necessidades e preferências do grupo. Eu já vi isso acontecer muitas vezes: sempre tem aquele que é o "líder natural", o "conselheiro", o "criador de caso"... E cada um desses papéis é fundamental para o equilíbrio do grupo. Parece até engraçado, mas é o que acontece.
A liderança, em particular, pode variar muito. Em alguns grupos, a liderança é mais situacional em outros, é uma questão de quem é mais carismático ou quem se alinha melhor com as normas do grupo. E parece que, quando o líder está mais em sintonia com as regras e os valores do grupo, a confiança entre os membros tende a ser maior.
Nós vivemos em um mundo onde as interações entre grupos são constantes — desde times de futebol até departamentos em uma empresa. O conflito entre grupos é quase inevitável. Segundo teorias, a competição por recursos limitados é uma das principais causas desses conflitos. É fácil de entender: quanto maior a competição, maior o conflito. Nós como seres humanos, temos, talvez um instinto para uma competição, e isto muitas vezes podem impulsionar o grupo.
Eu mesmo já vi isso acontecer várias vezes. Em uma equipe de desenvolvimento de software onde trabalhei, havia uma disputa constante, e isso gerou muita tensão. Mas também aprendi que, apesar de parecer negativo, o conflito pode trazer alguns benefícios, como aumentar a solidariedade dentro do próprio grupo. Organizações acabam aprendendo muito com esses conflitos, e muitas vezes, o diálogo é a chave para resolver as diferenças.
Trabalhar em grupo é quase inevitável em qualquer ambiente profissional. E sabe por quê? Porque os grupos são essenciais para resolver problemas, aumentar a criatividade, melhorar a comunicação e até mesmo aumentar a satisfação no trabalho. E, aliás, ter mais cabeças em observar, analisar, e debater é fundamental para se ter um melhor conhecimento da situação. Cada um pode contribuir para melhor desenvolvimento e conhecimento. Tenho visto, na prática, como o trabalho em equipe pode fazer a diferença na produtividade e na moral de todos.
Quando as condições são favoráveis e o grupo funciona em uma boa energia de desenvolvimento, a diferença entre o esforço de um grupo e de um indivíduo fica clara: juntos, trabalhamos mais e melhor. Isso é um trunfo importante para qualquer organização que busca se destacar no mercado.
Agora para concluir essa postagem, o benefício de se manter em grupo é variado. Refletir sobre a dinâmica de grupos é, no fundo, refletir sobre nós mesmos. Cada um contribuindo do jeito que pode, de acordo com suas crenças, valores e capacidade. Eu acredito que acada um tem uma importância para impulsionar um grupo e melhorar ele e trazer coisas novas, e compartilhar. É entender como nossas interações, tanto no trabalho quanto na vida pessoal, moldam nossas atitudes e comportamentos. E, com as mudanças constantes no mundo de hoje, essa reflexão se torna cada vez mais relevante.
Referências:
Dinâmica de grupos: https://en.wikipedia.org/wiki/Group_dynamics
Estabelecendo e Mantendo Normas de Grupo: https://pressbooks.pub/smallgroup/chapter/norms/
Como aprendemos as normas sociais: um modelo de três estágios para a aprendizagem das normas sociais: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10272593/
Influência social: https://en.wikipedia.org/wiki/Social_influence
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