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Nos últimos anos a neurociência cognitiva surgiu como uma das disciplinas mais fascinantes e revolucionárias dentro das ciências. Ela combina a psicologia cognitiva e a neurociência para entender de como o cérebro processa informações e gera comportamentos complexos. Essa interação entre esses campos permitiu uma compreensão mais profunda dos mecanismos subjacentes em nossas capacidades mentais, desde a percepção, raciocínio, emoções, atenção e até a memória e de como essas funções são alteradas em condições psicológicas ou até mesmo biológicas. Este artigo vou procurar abordar de forma ampla a visão da neurociência cognitiva.
A jornada da neurociência cognitiva começou dentro da psicologia, já nas décadas de 1950 e 1960. E isso trouxe um foco renovado para entender os processos mentais como uma entidade que pode ser estudada cientificamente. No entanto, a verdadeira integração entre psicologia cognitiva e neurociência só ocorreu nas décadas seguintes com o advento da ressonância magnética funcional (fmRI) e a tomografia por emissão de pósitrons(PET). Ambas as ferramentas permitiram que os cientistas observassem a atividade cerebral em tempo real e entendesse de como os processos mentais se correlacionavam com diferentes regiões cerebrais distintas.
Um dos campos mais pesquisados dentro da neurociência cognitiva é o estudo da memória. Entender de como as memórias são formadas, processadas, armazenadas e recuperadas no cérebro tem uma grande importância para entender de como o cérebro pode formar os processos cognitivos, e isso contribuir para área de medicina e educação, em geral. As áreas do cérebro como os circuitos e certas regiões pode fazer nos entender de como doenças degenerativas como o Alzheimer ou Parkinson podem afetar o cérebro, e dá um grande caminho para desenvolvimento de novas terapias.
A neurociência também tem buscado um entendimento sobre a atenção e a percepção. A maneira como nosso cérebro pode filtrar e processar informações sensoriais para poder construir uma identidade do mundo ao redor é muito pesquisada. Muitos estudos têm demonstrado que diferentes tipos de atenção, como a atenção seletiva e a atenção dividida, que acionam partes distintas do cérebro. E isso reflete muito em uma compreensão de transtornos de atenção como TDAH, por exemplo, podendo criar intervenções terapêuticas eficazes.
A parte do cérebro, responsável pela tomada de decisão, raciocínio e emoções, é muito importante para entender como cada indivíduo pode se comportar em determinadas situações. Em estudos têm demonstrado que o córtex pré-frontal, córtex cingulado e amígdala desempenha um papel central nos processos racionais e emocionais e influenciando escolhas do indivíduo. Essas investigações contribuem muito para o entendimento teórico de como o comportamento podem surgir e contribuindo para contextos clínicos e educacionais.
Outro ponto importante na investigação da neurociência e contribui para o entendimento da cognição é a plasticidade cerebral, ela se refere a capacidade do cérebro de reorganizar em resposta a aprendizagem. Essa característica tem revelado de como cérebro se adapta e muda diante do desenvolvimento na infância ou também em lesões que possa sofrer. E muitos estudos têm buscado entender como a reabilitação cognitiva e a estimulação neural, podem promover a recuperação de funções em casos de lesões cerebrais e doenças neurodegenerativas.
A investigação sobre a neurociência da consciência é, talvez, uma das áreas mais enigmáticas e controversas. O estudo de como a consciência emerge e se cria em cada indivíduo envolve grandes questões tanto científicas como filosóficas. Nas abordagens recentes de pesquisa, é utilizado técnicas de imagem cerebral para explorar e correlacionar tanto as partes do cérebro como a que se acredita "consciência", identificando padrões de atividade que correspondem a estados conscientes. Esse campo de estudo tem se demonstrado promissor para entender de como podem funcionar estados alterados de consciência.
No geral a neurociência cognitiva está na vanguarda das pesquisas de ciências, é ela que tenta desvendar os "mistérios da mente" Suas descobertas tem ampliado nossa compreensão tanto sobre as diferentes sensações que o ser humano vivencia. O cérebro é uma ferramenta bem desenvolvida e muito importante para o ser humano, e de maneira como exploramos e entendemos de cada processo abrimos grandes portas para tratamento de doenças, na melhoria da educação e muito mais. E esse futuro que a neurociência cognitiva está se abrindo pode nos oferecer um grande conhecimento dos mistérios do ser humano.
Referências:
Cognitive neuroscience https://en.wikipedia.org/wiki/Cognitive_neuroscience
PET/MRI for Neurological Applications: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3806202/
Cognitive neuroscience perspective on memory: overview and summary: https://www.frontiersin.org/journals/human-neuroscience/articles/10.3389/fnhum.2023.1217093/full
Executive control and decision-making in the prefrontal cortex: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2352154614000278
Understanding Emotions: Origins and Roles of the Amygdala: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8228195/
Plasticidade neural de desenvolvimento e aprendizagem: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6871182/
Brain plasticity and cognitive neurorehabilitation: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21563013/
Neuroscience of Consciousness: An overview https://academic.oup.com/nc/article/2023/1/niad009/7117487
Neuroimaging of Consciousness: https://link.springer.com/book/10.1007/978-3-642-37580-4
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