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A ciência, a doce ciência que traz luz para a nossa sociedade, a cada nova comprovação científica. Vemos que nossa sociedade se desenvolve, ou melhora, à medida que a ciência e a tecnologia se desenvolvem. Acreditamos que isso poderia proporcionar melhores direitos e oportunidades para todos nós. Ora, tendo uma sociedade com ciência e tecnologia, é lógico que isso poderia acontecer. No entanto, à medida que nos aprofundamos e entendemos os reais interesses que estão por detrás das pesquisas científicas, vemos que essas melhorias estão reservadas apenas a uma minoria de pessoas. O avanço científico, por mais impressionante que possa parecer aos nossos olhos, tem claros interesses políticos e militares por trás. A ciência sempre teve um patrocínio político e militar.
Por um longo tempo, Isaac Newton foi frequentemente retratado como um gênio singular que transformou a ciência com sua obra "Principia Mathematica". Esta obra tem um importante papel no desenvolvimento da física e da ciência em geral. Newton abordou questões fundamentais como as leis do movimento, o comportamento de corpos em meios resistentes e os princípios de hidrostática, entre outros, que são até hoje muito importantes nos estudos da engenharia.
Mas como se deu esse desenvolvimento nos tempos de Newton? Se analisarmos a época em que a Europa se encontrava, podemos entender precisamente essa necessidade do desenvolvimento científico. Durante os séculos XVI e XVII, a Europa passou por uma grande transformação. Com a dissolução do feudalismo e o surgimento do capitalismo, houve a necessidade de melhorias e inovações em várias áreas de exploração, navegação, construção e engenharia em geral.
A Revolução Inglesa teve um papel importante na vida e no trabalho de Newton, ocorrendo em um período de grande turbulência social e política. Ele testemunhou a ascensão da burguesia ao poder e sua luta contra o absolutismo e o feudalismo, que foi também a luta por uma ciência que pudesse servir aos interesses do desenvolvimento industrial e comercial da época.
E mesmo em nossa época atual, podemos ver nitidamente a ciência crescer de acordo com seus interesses, principalmente lucrativos. O investimento em determinadas áreas da ciência é frequentemente direcionado para aquelas que prometem um retorno financeiro. Mesmo em áreas como medicina, farmacêutica e saúde em geral, espera-se um retorno significativo. Muitos investidores esperam esse retorno e priorizam pesquisas que possam beneficiar economicamente, mas não socialmente, e isso é frequentemente negligenciado.
Evidentemente, isso não vai mudar facilmente. A ciência, sob o capitalismo, se torna uma ferramenta de lucro, e não um processo social que possa beneficiar a todos. A prioridade das pesquisas é determinada pelos interesses de seus investidores e não pelas necessidades da sociedade em geral. E como podemos mudar isso? Esse é um problema que devemos tratar com urgência...
Referências:
The Social and Economic Roots of Newton’s Principia, em russo: Социально-экономические корни механики Ньютона, em português: As Raízes Sociais e Econômicas dos “Principia” de Newton - de Boris Hessen
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