Devaneios

 


 

O sol parecia quente quando Antônio via as ruas de sua janela. Carros passando e a cidade toda cheia, todos indo de um lado para o outro. Ao observar tudo isso, Antônio permitia que sua mente divagasse um caminho desconhecido, era uma sensação boa pensava ele. Era como uma brisa refrescante em que dava para sentir momentos antigos e fantásticos. O sol, o céu azulado, o verde das planícies permitiu isso.  Ele sorri enquanto sua mente dança em um balé de devaneios, uma bela sinfonia de pensamentos livres de realidades. Que sensação gostosa essa, pensava ele enquanto deixava seus pensamentos fluírem.

Você já se pegou sonhando acordado, imaginando cenários hipotéticos ou fantásticos, ou aqueles suaves momentos em que passou antigamente? Esses momentos nos transportam para um mundo de imaginação, nos proporcionando reflexão. Uma sutil sensação que vem a nós de uma maneira que não sabemos o motivo. Mas que sensação é essa? Devaneios são processos mentais nos quais a imaginação humana se liberta das restrições da realidade e cria cenários alternativos, fantasias ou desejos ou até mesmo uma visualização de momentos passados. Eles são uma parte essencial da experiência do ser humano, pois permitem que as pessoas explorem diferentes possibilidades, expressem sua criatividade e encontrem soluções para problemas que enfrentam no cotidiano. Muitos deles podem ter benefícios emocionais, como aliviar o estresse, aumentar a autoestima e melhorar o humor. Não são apenas uma forma de escapismo, mas também uma ferramenta cognitiva que pode ajudar as pessoas a alcançarem seus objetivos e a se adaptarem às mudanças.

Os devaneios são definidos como pensamentos que não estão relacionados ao que estamos fazendo ou ao ambiente em que estamos. Eles podem ser voluntários ou involuntários, positivos ou negativos, realistas ou fantasiosos. Podem ser sobre pessoas, lugares, eventos ou objetos que conhecemos ou nunca vimos. e também podem ser curto ou durar alguns minutos. Os devaneios são diferentes dos sonhos que temos enquanto dormimos porque mantemos algum nível de consciência e controle sobre eles. Também podemos interrompê-los se precisarmos nos concentrar em algo mais importante. No entanto, assim como os sonhos, os devaneios podem revelar aspectos do nosso subconsciente, nossos desejos, medos, emoções e personalidade.

Uma das funções dos devaneios é servir como uma forma de escapismo, ou seja, uma maneira de se afastar dos problemas ou das dificuldades da vida cotidiana. Eles podem proporcionar um alívio de estresse, pois permitem que a pessoa se imagine em situações mais agradáveis, divertidas ou gratificantes. Por exemplo, alguém que está insatisfeito com o seu trabalho pode devanear sobre uma viagem dos sonhos, um novo emprego ou uma mudança de carreira.

Os psicólogos classificam os devaneios em dois tipos principais: positivos e negativos. Os devaneios positivos são aqueles que nos fazem sentir bem, relaxados, felizes ou inspirados.  Podem incluir cenários agradáveis ​​como estar em uma praia paradisíaca, ganhar na loteria ou conhecer o amor da nossa vida e também podem ser uma forma de planejar o futuro, como imaginar como será nossa carreira, família ou casa ideal. Já os devaneios negativos são aqueles que nos fazem sentir mal, ansiosos, tristes ou irritados, podendo envolver cenários desagradáveis, como estar em uma situação perigosa, perder alguém querido ou fracassar em algo importante. Muitos deles podem ser uma forma de reviver o passado, como lembrar de experiências traumáticas, arrependimentos ou conflitos.

Em suas raízes biológicas podemos destacar que durante esses momentos, várias regiões cerebrais, incluindo o córtex pré-frontal, o córtex cingulado posterior e o hipocampo, se comunicam, construindo narrativas imaginativas. A liberação de dopamina, neurotransmissor ligado à recompensa, pode contribuir para a sensação prazerosa associada aos devaneios.  Ao mesmo tempo, a desativação temporária do córtex sensorial permite que a mente se desligue do ambiente externo, mergulhando em pensamentos internos.  Os devaneios ocorrem frequentemente durante períodos de descanso, indicando que a ausência de estímulos externos permite ao cérebro explorar funções internas, revelando os complexos processos biológicos por trás desta forma única de expressão mental.

Mais do que apenas um processo, os devaneios podem desempenhar um papel na exploração de si próprio e no processamento emocional, explorando suas emoções, suas ideias, novas experiências, podendo refletir os interesses, os valores, as aspirações ou até mesmo os conflitos da pessoa, e podem ajudá-la a conhecer-se melhor, a expressar-se criativamente ou a integrar as suas experiências em sua realidade. Por exemplo, você pode adquirir uma nova ideia para um projeto futuro ou encontrar inspiração para uma variedade de atividades criativas e  isso pode ajudá-lo a encontrar soluções para problemas ou até mesmo explorar diferentes possibilidades.

É importante destacar que os devaneios não se tornem prejudiciais ou interferindo na atenção, na memória, no desempenho ou na satisfação com a realidade. Nesse caso, pode ser necessário buscar ajuda profissional para compreender e resolver as causas dos devaneios.  O importante é ter consciência dos seus devaneios e de seus efeitos na vida, e usar essa informação para escolher os que lhe fazem bem e evitar os que lhe fazem mal.  De todo mundo devaneios são uma viagem fantástica para um mundo maravilhoso da imaginação, e aí meu caro leitor você já se parou em um devaneio?

 

Links:

What is daydreaming? Parts of the brain show sleep-like activity when your mind wanders
https://theconversation.com/what-is-daydreaming-parts-of-the-brain-show-sleep-like-activity-when-your-mind-wanders-163642

Brain's Problem-solving Function At Work When We Daydream https://www.sciencedaily.com/releases/2009/05/090511180702.htm

Your Mind Wanders Because Your Brain Whispers https://neurosciencenews.com/daydreaming-memory-hippocampus-21669/

Creative Types Reserve a Special Corner of the Brain for Dreaming Big https://www.scientificamerican.com/article/creative-types-reserve-a-special-corner-of-the-brain-for-dreaming-big/

 


 

 

 

A criatividade do ser humano

 

 


 

Desde tempos imemoriais, a criatividade humana tem impulsionado a evolução da civilização. Ela é a força motriz que transforma nossa sociedade. Desde os primeiros desenhos rupestres nas cavernas até o surgimento da Internet, a criatividade sempre desempenhou um papel fundamental na maneira como o mundo se moldou ao longo do tempo. A história da criatividade humana é uma jornada fascinante e muito empolgante, que nos mostra como a nossa sociedade se desenvolveu ao longo do tempo.

A criatividade humana tem sido uma característica muito especial para nossa espécie. Os humanos pré-históricos não foram exceção e a sua criatividade foi expressa de muitas maneiras e foi com ela que pudemos ter uma visão de como nossa criatividade se formou.

Desde os primórdios dos tempos o ser humano procurou criar, desenvolver e aplicar na sua vida e cotidiano novas ideias. Ele sempre buscou ideias para melhorar cada vez mais suas habilidades tanto na caça como na construção de ferramentas e armas, o que demonstrava sua natureza  criativa. Durante toda a sua vida, ele se dedicou a aperfeiçoar suas habilidades para ser mais eficiente na busca por comida e mais eficaz na defesa do seu grupo. Sua mente curiosa e disposta a experimentar novas soluções foi crucial para isso. Ele experimentava novos materiais, formas e métodos conforme aprendia  com descobertas e experiências diárias.  Com sua atitude criativa e corajosa de não temer o erro, ela alcançou muitas conquistas e evoluiu ao longo do tempo. Essa atitude lhe trouxe um grande passo na evolução e foi maior aliada na sobrevivência.

A busca pela melhoria das capacidades humanas pode ser entendida como uma forma de adaptação ao meio ambiente e de superação dos limites impostos pela natureza. Ao longo da história, as pessoas enfrentaram vários desafios, como escassez de recursos, doenças, guerra, alterações climáticas e mudanças sociais.  E foi durante a Idade Média que isso foi bem visto.  Para superar esses desafios, as pessoas tiveram que desenvolver novas formas de pensar, de comportar e se comunicar. A filosofia e a ciência em geral foram cada vez mais desenvolvidas para dar um grande passo na sociedade e na vida do ser humano, suas ideias para questionar, analisar e melhorar tudo aquilo dentro da sociedade foram fundamentais para nossa sociedade. Desta forma, pode-se dizer que a capacidade criativa inata do ser humano, quando estimulada e refinada ao longo do tempo, permitiu que nossa espécie superasse inúmeros obstáculos naturais e sociais e se adaptasse às mais diversas condições, tornando o homem o animal mais bem-sucedido do planeta. Foi graças à imaginação que pudemos evoluir culturalmente.
Essas formas foram refinadas e diversificadas ao longo do tempo, dando origem a diferentes culturas, civilizações e invenções.

A arte é uma das maneiras mais notáveis através das quais a natureza criativa do ser humano se manifesta. A música, a pintura, a dança, a literatura e outras formas de arte são maneiras através das quais as pessoas podem expressar suas emoções, experiências e perspectivas sobre a vida. A arte permite que as pessoas expressem emoções complexas, conceitos abstratos e experiências pessoais de forma que as palavras frequentemente não conseguem capturar sozinhas. A arte não é apenas uma expressão de criatividade, mas também uma forma de comunicação universal que vai além das diferenças culturais e linguísticas. A expressão artística, através da criatividade, tem o poder de se tornar um veículo poderoso para compartilhar emoções. As obras de arte possuem o poder de despertar uma variedade de emoções, possibilitando que o público se conecte emocionalmente com a intenção do artista.

O espírito criativo na ciência caracterizou-se pela capacidade de questionar princípios estabelecidos. Os cientistas desafiam as crenças estabelecidas, apresentando teorias ousadas e realizando experimentos que visam ampliar nossa compreensão do mundo. Pensar de forma não convencional e fazer conexões entre ideias aparentemente diferentes é uma característica distintiva da criatividade na ciência. Cientistas revolucionários procuraram explicar de forma racional e sistemática os fenômenos naturais usando instrumentos como telescópios, microscópios e termômetros. Exemplos de cientistas revolucionários incluem Galileu Galilei, Isaac Newton, René Descartes e Francis Bacon. A criatividade na ciência frequentemente surge em momentos de insight, levando a novas e significativas descobertas. Esses momentos de inspiração são frequentemente desencadeados pela intuição, experiência e compreensão profunda do assunto, enfatizando a interação entre conhecimento profundo e criatividade inovadora.

De acordo com pesquisas recentes, as áreas do cérebro responsáveis ​​pela criatividade incluem o córtex frontal e o hipocampo. O córtex frontal é considerado o centro da criatividade devido às suas funções de memória e planejamento, enquanto o hipocampo é responsável por correlacionar informações e gerar novas ideias. Embora a inteligência seja frequentemente associada à criatividade, não existe uma relação direta entre estes dois conceitos. Inteligência refere-se à capacidade de resolver problemas e aprender novas informações, enquanto criatividade refere-se à capacidade de gerar ideias novas e originais. Alguns cientistas argumentam que a criatividade pode ser uma forma de “pensamento lateral” que permite aos indivíduos encontrar soluções inovadoras para problemas complexos.

A criatividade vai além de apenas criar obras de arte ou inventar novas tecnologias, mas uma manifestação essencial de imaginação, curiosidade e capacidade de transformar ideias em realidade. A capacidade de criar é considerada uma qualidade humana inata que está presente em todas as pessoas, independentemente da sua formação cultural, social ou educacional. Esta suposição é apoiada por pesquisas que mostram que as pessoas têm uma tendência natural para serem criativas desde a infância até a idade adulta.

A natureza criativa do ser humano é uma das características mais fascinantes e importantes da humanidade. É uma habilidade que pode ser desenvolvida e aprimorada ao longo do tempo, e que pode ser aplicada em diversas áreas da vida. Com o desenvolvimento de novas ferramentas atualmente o futuro da criatividade humana parece brilhante, à medida que as pessoas continuam a ultrapassar os limites do que é possível e a explorar novas formas de expressão. Uma mente criativa pode fazer uma grande transformação na sociedade. É com ela que os seres humanos são capazes de encontrar soluções para problemas complexos, criar novas formas de comunicação e expressão, e explorar novas fronteiras em todas as áreas da vida. É sempre bom que cada um de nós mantenha o espírito criativo. E aí, qual foi as melhores inspirações para sua criatividade?

Fontes:

A criatividade humana, base para criar a sociedade humana, hoje é revelada https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/fabiano-de-abreu/criatividade-humana-base-para-criar-sociedade-humana-hoje-e-revelada.phtml

Fatores influentes no desenvolvimento do potencial criativo https://www.scielo.br/j/estpsi/a/YhfMj9CLJcmFZPg7qL9Cnky/?lang=pt

The Creative Brain https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7075500/ 

The Origin of Human Creativity Was Surprisingly Complex https://www.scientificamerican.com/article/the-origin-human-creativity-suprisingly-complex/

The evolution of human artistic creativity https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2815939/

 

 



Entendendo o ser humano e a suas sutís motivações....

 

Ahhhh, vamos entender um pouco do ser humano né? A suas motivações em viver é algo bem curioso e muitas vezes são bem diversificadas, As motivações do ser humano e sua busca constante na vida são temas que despertam o interesse de muitos, desde filósofos, psicólogos como pesquisadores em geral. O que motiva o ser humano a viver? O que realmente motiva as pessoas a fazerem isso ou aquilo? E o que nos dá sentido e propósito em fazer isso ou aquilo? Já se sentiu motivado hoje? Existem muitos fatores em volta do ser humano que fazem ele se sentir motivado. Então vamos entender como isso funciona

 

O nascimento:

O nascimento é um importante evento na vida do ser humano, ele marca o início da jornada do ser humano nesse mundo. Um evento de alegria, felicidade para todos os pais e familiares, você pode observar os sentimentos mais profundos em uma pessoa quando vê o nascimento de seu filho, um sentimento forte em que dá forças e motivações em viver.  

Do ponto de vista biológico, o nascimento está relacionado à sobrevivência da espécie. A reprodução é essencial para a perpetuação da vida, em todas as espécies de animais a reprodução é essencial e o nascimento é o primeiro passo nesse processo. E no ser humano isso não seria diferente. Ele é um evento que permite que um novo indivíduo se desenvolva e cresça e tenha uma vida. Vários fatores genéticos são responsáveis como hereditariedade, características físicas, etc., que são muito importantes para o indivíduo de como ele vai enxergar o mundo, e entendê-lo.   Durante seu amadurecimento na vida, o indivíduo adquire habilidades e comportamentos que são fundamentais para sua sobrevivência e seu desenvolvimento na vida,

O nascimento é um fenômeno que envolve não apenas aspectos biológicos, mas também culturais, políticos e éticos. A forma como a sociedade entende e celebra o nascimento reflete seus valores, crenças e ideologias sobre a vida humana. O ser humano está em sua constante busca de entender tudo em sua volta. A sociedade humana tem uma longa história de valorização da reprodução e do nascimento como um evento de grande importância social, econômica e cultural. Em muitas culturas, o nascimento é visto como um momento sagrado, que marca a entrada de um novo ser no mundo, com direitos e deveres perante a comunidade. Sua importância para o desenvolvimento da comunidade se torna fundamental do ponto de vista econômico, ambiental e político. Além disso, o nascimento tem implicações para a continuidade e a transformação da sociedade, pois representa a renovação e a possibilidade de mudanças sociais. 

 

O desenvolvimento

A busca humana é uma característica inerente ao nosso ser, ela é constante em toda a nossa vida, ela nos motiva a sempre queremos mais, nos dá força para desenvolvermos e desenvolvermos nossa sociedade. Desde os tempos mais remotos, o ser humano busca compreender o mundo que o cerca, buscar respostas para as suas perguntas, buscar soluções para os seus problemas, buscar formas de expressar a sua criatividade, buscar formas de se relacionar com os outros, buscar formas de contribuir para o bem comum. Essa busca é o que nos torna humanos, o que nos diferencia dos outros animais, o que nos faz evoluir e progredir em nosso meio.

Mas essa busca não é fácil nem linear. Ela envolve muitos obstáculos, muitas incertezas, muitas dúvidas, muitas frustrações. Ela exige coragem, persistência, paciência, humildade. Ela exige também flexibilidade, adaptação, aprendizagem contínua. Ela exige que saibamos lidar com as mudanças, com as adversidades, com as perdas - o que acontece muito. Ela exige que saibamos reconhecer os nossos erros, os nossos limites, os nossos medos. Ela exige que saibamos pedir ajuda, aceitar críticas, ouvir opiniões diferentes. E isso o ser humano enfrenta constantemente em sua vida. 

Mas ora,  tem também seus benefícios e satisfações. Nosso processo de desenvolvimento nos permite explorar novos horizontes, e novos caminhos, que é uma das coisas que motiva o ser humano, permite expressar a nossa essência, a nossa identidade, a nossa singularidade. Ela nos permite construir relações significativas, afetivas, duradouras. Ela nos permite contribuir para um mundo melhor, mais justo, mais sustentável. E isso é uma das coisas maravilhosas dos seres humanos, poder transformar cada coisa, melhorar tudo em nossa volta, buscar as melhores soluções para a sociedade.



Teorias sobre a motivação do ser humano.

Uma das teorias mais conhecidas sobre a motivação humana é a hierarquia das necessidades de Maslow, que propõe que existem cinco níveis de necessidades que devem ser satisfeitas em ordem crescente: fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e de autorrealização. Segundo Maslow, as necessidades mais básicas são as que garantem a nossa sobrevivência e bem-estar físico, como alimentação, água, ar, sono e saúde. As necessidades de segurança envolvem a proteção contra ameaças externas, como violência, doenças e desastres naturais. As necessidades sociais se referem à nossa necessidade de pertencer a um grupo, de ter afeto, amizade e amor. As necessidades de estima estão relacionadas ao nosso senso de valor, competência e reconhecimento. Por fim, as necessidades de autorrealização são as que nos levam a buscar o nosso potencial máximo, a expressar a nossa criatividade, a compartilhar nosso conhecimento e experiência e a contribuir para o mundo.

Maslow argumentava que as necessidades mais elevadas só podem ser buscadas quando as mais baixas estão satisfeitas. Por exemplo, uma pessoa que passa fome dificilmente se preocupa com a sua autoestima ou com o seu propósito de vida. No entanto, essa teoria tem sido criticada por não levar em conta as diferenças individuais e culturais na motivação humana. Além disso, nem sempre as necessidades são satisfeitas em uma ordem fixa. Por exemplo, há pessoas que sacrificam as suas necessidades fisiológicas ou de segurança por uma causa maior, como um ideal político ou religioso.

Outra teoria influente sobre a motivação humana nos tempos atuais é a teoria da autodeterminação por Edward L. Deci e Richard M. Ryan, que propõe que existem três necessidades psicológicas básicas que devem ser atendidas para que as pessoas se sintam motivadas: autonomia, competência e relacionamento. Autonomia significa ter o controle sobre as próprias escolhas e ações, sem sentir-se coagido ou manipulado por forças externas. Competência significa ter o domínio sobre as habilidades e os conhecimentos necessários para realizar as tarefas e os desafios que se apresentam. Relacionamento significa ter conexões significativas e positivas com outras pessoas, baseadas na confiança, no respeito e na cooperação.

Segundo a teoria da autodeterminação, as pessoas se sentem mais motivadas quando realizam atividades que atendem às suas necessidades psicológicas básicas, pois isso gera um senso de satisfação e bem-estar. Por outro lado, quando essas necessidades são frustradas ou negligenciadas, as pessoas se sentem desmotivadas, ansiosas ou deprimidas. Essa teoria também distingue entre dois tipos de motivação: intrínseca e extrínseca. A motivação intrínseca é aquela que surge do interesse ou do prazer pela atividade em si, sem depender de recompensas ou punições externas. A motivação extrínseca é aquela que é influenciada por fatores externos à atividade, como dinheiro, elogios, notas ou pressão social. 

 

Conclusão

 As motivações do ser humano são muitas, e cada ser humano tem a sua, ela é a que nos move e nos impulsiona a crescer e a nos desenvolver na vida, existem muitos fatores que podem influenciar a nossa motivação, como as nossas emoções, os nossos valores, as nossas crenças, as nossas expectativas e as nossas circunstâncias. Refletir sobre esses fatores na vida é um importante passo para nos conhecermos melhor, E aí, o que faz você ficar motivado na vida?

 

Fontes:

Hierarquia das Necessidades de Maslow: Validação de um Instrumento https://www.scielo.br/j/pcp/a/X4Cm9CPhzCCSxzGfZ9TBVzh/?format=pdf&lang=pt

A teoria da autodeterminação e as influências socioculturais sobre a identidade http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682010000200008

 

 

 



O Romantismo...

 Les étoiles s’allument au ciel, et la brise du soir erre doucement parmi les fleurs: rêvez, chantez et soupirez.
GEORGE SAND

Era de noite: — dormias,
Do sonho nas melodias,
Ao fresco da viração,
Embalada na falua,
Ao frio clarão da lua,
Aos ais do meu coração!
Ah! que véu de palidez
Da langue face na tez!
Como teus seios revoltos
Te palpitavam sonhando!
Como eu cismava beijando
Teus negros cabelos soltos!
Sonhavas? — eu não dormia;
A minh’alma se embebia
Em tua alma pensativa!
E tremias, bela amante,
A meus beijos, semelhante
Às folhas da sensitivas!
E que noite! que luar!
E que ardentias no mar!
E que perfumes no vento!
Que vida que se bebia
Na noite que parecia
Suspirar de sentimento!
Minha rola, ó minha flor,
Ó madresilva de amor,
Como eras saudosa então!
Como pálida sorrias
E no meu peito dormias
Aos ais do meu coração!
E que noite! que luar!
Como a brisa a soluçar
Se desmaiava de amor!
Como toda evaporava
Perfumes que respirava
Nas laranjeiras em flor!
Suspiravas? que suspiro!
Ai que ainda me deliro
Entrevendo a imagem tua
Ao fresco da viração,
Aos ais do meu coração,
Embalada na falua!
Como virgem que desmaia,
Dormia a onda na praia!
Tua alma de sonhos cheia
Era tão pura, dormente,
Como a vaga transparente
Sobre seu leito de areia!
Era de noite — dormias,
Do sonho nas melodias,
Ao fresco da viração;
Embalada na falua,
Ao frio clarão da lua,
Aos ais do meu coração

 Lira dos Vinte Anos, de Álvares de Azevedo

 

Era segunda-feira à noite, e eu estava indo para aula de cursinho, que definitivamente era um desafio para poder encarar o vestibular. Eu tendo que me dedicar a todas as matérias para fazer a prova e tirar uma nota satisfatória para ingressar em alguma universidade. Pois bem, lá pelas 19 horas estava começando a aula de literatura. Duas aulas seguidas de 48 min cada, era um desafio para manter atenção e transformar o tédio da aula em algo divertido.

As aulas de literatura eram divertidas, claro que às vezes era um tédio, ou pelo menos para mim. Eu nunca tive um interesse profundo em estudar literatura, mas assistir as aulas dos professores me dava um certo interesse. Talvez seja porque eu sempre tive professores muito bons e eles sabiam como dá interesse para o aluno, mesmo que a matéria seja um tédio total.

Os textos de literatura principalmente os românticos ou ultrarromânticos como o caso do Álvares de Azevedo em Lira dos Vinte Anos que foi bem estudado na minha época me dava uma certa curiosidade. O Romantismo foi uma das partes da literatura que eu não conseguia buscar lógica dentro dele. Eu não conseguia entender a razão dentro dos textos durante as aulas. Será que é por causa que ele não usava a lógica ou a razão? Qual é o real motivo dos autores expressarem aqueles sentimentos e emoções? Talvez seja a época em que eu estava apenas concentrado em aprender o básico para o vestibular e não procurava respostas para essas perguntas, no geral eu acreditava que essas respostas não seriam de importância para mim. Eu pensava “não vou precisar disso para minha carreira profissional”.  Mas eu tinha que estudar e também memorizar ou decorar as análises dos textos, e tentar mesmo que no mínimo compreender as respostas, poderiam ser úteis para algumas questões da prova.

Mas afinal, o eu foi o Romantismo? O Romantismo foi um movimento artístico e intelectual na Europa e na América no final do século XVIII e início do século XIX que enfatizava amplamente os valores da imaginação, espontaneidade, admiração e auto expressão emocional, em vez de equilíbrio, ordem, limitação, proporção e objetividade. Eles eram como resposta parcial aos avanços científicos e tecnológicos da época.  A palavra deriva de romance, uma forma literária na qual desejos, sonhos, desafios e aventuras idealistas triunfam sobre as realidades mundanas.

Uma análise do Romantismo sob uma perspectiva da estética e da literatura podemos observar as características formais e temáticas presentes nas obras românticas. Entre essas características, destacam-se o lirismo, a idealização do amor e da natureza, a valorização do folclore e lendas populares, e a abordagem de temas como a morte, a loucura e a angústia existencial. Podemos ver isso em autores como William Wordsworth, Samuel Taylor Coleridge, Lord Byron e Percy Bysshe Shelley, e autores brasileiros como Casimiro de Abreu,  Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, José de Alencar, e até Machado de Assis em sua fase romântica. Os autores do Romantismo valorizavam a expressão dos sentimentos pessoais e das emoções, sendo a natureza uma fonte de inspiração para os escritores românticos, frequentemente exploravam a imaginação e a fantasia em suas obras. Sendo a principal característica a fuga da realidade através da idealização de um mundo melhor ou da criação de um universo ficcional.

Dentro da psicologia busca-se compreender os processos mentais e emocionais que levaram artistas e escritores românticos a expressarem seus pensamentos e sentimentos de forma tão intensa e livre, criando suas obras na literatura. Já dentro de uma perspectiva histórica, busca-se compreender o contexto social, político e cultural em que o Romantismo se originou e se desenvolveu. Nesse sentido, o Romantismo pode ser visto como uma reação à racionalidade e às mudanças trazidas pela Revolução Industrial.

O Romantismo vai muito além de uma simples expressão artística de imaginação, sentimentos, emoções, é uma forma de compreender o ser humano, seus pensamentos, como ele interpreta a sociedade. O estudo do Romantismo traz grandes entendimentos sobre a natureza do ser humano. Quando você entende que mesmo as matérias que aparentam ser entediantes podem ter um largo conhecimento e fica bem mais divertido de estudá-las.



Ouvindo uma música

 


Ouvir uma boa música das quais gostamos realmente aumenta bastante nossa motivação, os cientistas chama isso de liberação da endorfina, um neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. Mas o que uma boa música pode transmitir ao nosso cérebro é muito mais que isso, vamos entender um pouco mais de seus efeitos em nosso cérebro. A música ativa diversas áreas do cérebro, como o córtex auditivo, o córtex pré-frontal e o sistema límbico, que envolvem no processamento da memória, das emoções e da recompensa. 

O córtex auditivo é uma região do cérebro localizada no lobo temporal que está envolvida no processamento da informação auditiva. É responsável por identificar e decodificar os diferentes aspectos do som, como o timbre, a altura e a intensidade, e por integrar essas informações em uma percepção coerente da música. Ele é composto por várias áreas distintas que processam diferentes características do som e se conectam com outras áreas do cérebro envolvidas na memória, na emoção e na atenção. 

O córtex pré-frontal é uma região do cérebro localizada na parte frontal do lobo frontal que está envolvida em várias funções cognitivas complexas, como o planejamento, a tomada de decisão, o raciocínio, a memória de trabalho e a regulação emocional. É uma das áreas mais desenvolvidas no cérebro humano e se conecta com outras áreas envolvidas no processamento da música, como o córtex auditivo e o sistema límbico. 

O sistema límbico é um conjunto de estruturas cerebrais que estão envolvidas no processamento das emoções e na regulação do comportamento motivado. É composto por várias áreas, incluindo o hipocampo, a amígdala, o núcleo accumbens e o córtex cingulado anterior, que se comunicam entre si e com outras áreas do cérebro envolvidas no processamento da música. A amígdala é uma região do cérebro que é responsável pelo processamento de emoções, especialmente aquelas relacionadas ao medo e à ansiedade. Quando ouvimos música, a amígdala é ativada e pode influenciar a maneira como percebemos a emoção da música. Por exemplo, se ouvimos uma música que tem uma melodia triste ou melancólica, a amígdala pode interpretar isso como uma ameaça e nos fazer sentir tristes ou ansiosos. O córtex cingulado anterior, por sua vez, está envolvido na regulação da atenção e na tomada de decisões. Quando ouvimos música, essa área do cérebro é ativada e pode influenciar nossas escolhas musicais e a maneira como percebemos e respondemos à música. Além disso, o córtex cingulado anterior também está envolvido na regulação da resposta emocional, ajudando a modular as emoções que experimentamos ao ouvir música.

Dos neurotransmissores podemos destacar a dopamina e a endorfina tendo um papel importante na experiência musical. A dopamina é um neurotransmissor que desempenha um papel fundamental no sistema de recompensa do cérebro. É liberada em resposta a estímulos agradáveis, incluindo comida, sexo e música. Estando envolvida em processos de aprendizagem e memória, e sua liberação em resposta à música pode ajudar a fortalecer as conexões neurais associadas a uma determinada peça musical. Já a endorfina é um outro neurotransmissor importante e também associado à experiência musical. É liberada pelo cérebro em resposta a estímulos dolorosos ou estressantes e pode ajudar a aliviar a dor e a promover a sensação de bem-estar e relaxamento. A música pode levar à liberação de endorfinas, o que pode explicar por que muitas pessoas relatam sentimentos de euforia e prazer ao ouvir música. Estudos mostram que a liberação de dopamina e endorfina em resposta à música pode variar dependendo do tipo de música ou da preferência musical individual. Alguns estilos musicais podem ter um efeito mais forte na liberação de neurotransmissores do que outros. Além disso, a música pode ter um efeito diferente em pessoas diferentes, dependendo de suas experiências musicais passadas e de suas características pessoais. 


Fontes:

The Effect of Music on the Human Stress Response

Effects of music tempo upon submaximal cycling performance 

Intensely pleasurable responses to music correlate with activity in brain regions implicated in reward and emotion

From perception to pleasure: Music and its neural substrates 

Effects of Musical Trainining on the Auditory Cortex in Children

Interactive effects of music and prefrontal cortex stimulation in modulating response inhibition

The Influence of Music on Prefrontal Cortex during Episodic Encoding and Retrieval of Verbal Information: A Multichannel fNIRS Study 

Music, memory and emotion

How Music Can Influence the Body: Perspectives From Current Research

Music Stimulates Emotions Through Specific Brain Circuits